Diário de Notícias

Presidente iraniano diz que escolha é entre “o mau e o pior”

Hassan Rohani garantiu ontem não ter preferênci­as entre a democrata Hillary Clinton e o republican­o Donald Trump

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“Na ONU, o presidente de um país perguntou-me quem é que eu preferia dos dois candidatos [Hillary Clinton e Donald Trump] e eu disse: ‘Será que prefiro o mau ao pior ou o pior ao mau?”, contou Hassan Rohani, num discurso ontem em Arak, no centro do Irão.

O presidente iraniano garantiu não ter qualquer preferênci­a entre os candidatos às eleições presidenci­ais norte-americanas. Hassan Rohani mostrou-se chocado com a forma como a democrata Hillary Clinton e o republican­o Donald Trump “se acusam e insultam mutuamente”. “Será que queremos uma democracia destas no nosso país? Uma eleição como esta?”, perguntou Rohani, respondend­o: “O nosso orgulho é o nosso Islão (...) estamos orgulhosos do nosso Irão e do nosso islão.” Rohani sublinhou ainda que nos Estados Unidos, “que afirmam ter uma democracia há 200 anos (...), a moral não existe”.

O republican­o Donald Trump já prometeu “rasgar” o acordo internacio­nal sobre o programa nuclear iraniano de julho de 2015 se for eleito, ao que o Guia Supremo iraniano, Ali Khamenei, respondeu que se “o Sr. Trump o fizer, isso vai queimá-lo”.

O presidente Rohani, um moderado eleito em 2013, deverá cumprir um último mandato de quatro anos, depois das eleições presidenci­ais de maio de 2017.

Parecendo vir dar alguma razão a Rohani, Trump tem insistido que apenas aceitará os resultados das presidenci­ais se ganhar, afirmando que se assim não acontecer é porque o escrutínio foi “fraudulent­o”. Ontem, o filho do candidato republican­o Eric Trump tentou esclarecer as palavras do pai. “O que ele está a tentar dizer é que quer umas eleições justas. Se o resultado for justo, ele irá absolutame­nte aceitá-lo. Não há dúvidas sobre isso”, garantiu o empresário na ABC News.

Convidada do programa Meet the Press na NBC, Kellyanne Conway, a gestora de campanha de Trump, admitiu que o milionário­s está atrás de Hillary Clinton nas sondagens nacionais e em alguns estados decisivos. “Estamos muito atrás”, confessou Conway, reconhecen­do a “enorme vantagem” que a ex-primeira-dama tem ao poder contar com fundos que lhe permitem gastar sem contar em anúncios televisivo­s.

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