Diário de Notícias

“Humilhação” na segunda pior derrota de Mourinho

Chelsea goleou por 4-0 no regresso de Mou a Londres, e o United tem a segunda pior pontuação de sempre à 9.ª jornada

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JOÃO RUELA Pedro Rodríguez: aqui está um nome que não traz boas recordaçõe­s a José Mourinho. O extremo espanhol até foi contratado pelo Chelsea a pedido do técnico português, em 2015, mas o ex-jogador do Barcelona é denominado­r comum nas duas maiores derrotas da carreira do técnico português, que ontem foi goleado no regresso a Stamford Bridge.

O Chelsea bateu o Man. United por 4-0, a maior derrota do técnico português desde que o então “seu” Real Madrid perdeu por 5-0 na visita ao Barcelona, em 2010 – Pedro marcou nos dois jogos. Em 16 anos de carreira e quase 800 jogos, este foi o segundo desaire mais expressivo do técnico português, que no final lamentou os erros defensivos.

“A equipa jogou bem, se apagarmos todos os erros defensivos que cometemos. O Courtois teve mais trabalho do que o De Gea, os defesas do Chelsea tiveram mais trabalho do que os nossos”, argumentou o técnico, apontando o dedo aos “erros individuai­s” e ao facto de o jogo “não ter começado 0-0, mas sim 1-0”.

Isto porque Pedro Rodríguez só precisou de meio minuto para inaugurar o marcador. “O Chelsea é muito forte no contra-ataque. Teve tudo para jogar como queria. Tudo lhes correu bem”, assinalou Mourinho, que já vai sendo tratado na imprensa inglesa como “special once” (em tradução livre, outrora especial).

À passagem do minuto 21, Gary Cahill ampliou a vantagem no marcador, ele que foi um dos sete jogadores que o técnico criticou publicamen­te em agosto de 2015, justifican­do então os maus resultados do Chelsea. Outro desses atletas foi Hazard, autor do 3-0, aos 61 minutos.

Aos 70’, foi Kante a carimbar a goleada em Stamford Bridge, ele que revelou que chegou a ser contactado pelo Man. United, mas preferiu trocar o Leicester pelo Chelsea.

Treinador português queixou-se a Antonio Conte no final

Logo após o apito final, José Mourinho foi ao encontro de Antonio Conte, muito aclamado ontem em Londres. O português teve uma conversa algo calorosa com o treinador italiano, que as câmaras televisiva­s não conseguira­m revelar de forma audível, mas uma palavra sobressaiu: “Humilhação.” Resta saber em que contexto, mas o elevado investimen­to do Man. United para esta época, para a qual gastou mais de 200 milhões de euros em reforços, tarda em render.

Com apenas 14 pontos em nove jornadas, o Man. United igualou a segunda pior pontuação da sua história à 9.ª ronda da Premier League. Pior só em 2014-15, quando o Man. United somava 13 pontos. E há outro dado a preocupar o técnico: apesar da contrataçã­o de Ibrahimovi­c, o United leva apenas 13 golos na Liga inglesa – no ano do seu último título, em 2012-13, tinha 24. Crise também no City Os danos na Premier League só não são maiores porque o Manchester City, de Guardiola, também está a atravessar um período de crise e não vence há cinco partidas. A equipa de Guardiola podia ter-se isolado na liderança, mas empatou a 1-1 na receção ao Southampto­n, capitanead­o por José Fonte. Os saints abriram o marcador aos 28 minutos e o melhor que o City conseguiu fazer foi empatar, por Iheanacho.

Decorridas nove jornadas, City, Arsenal e Liverpool estão empatados na frente, todos com 20 pontos, um de vantagem sobre o Chelsea e Tottenham. A maior surpresa nesta luta ao rubro pelo título é mesmo o distanciam­ento do United, a seis pontos e ainda atrás do Everton.

Na quarta-feira há dérbi de Manchester, entre United e City, mas para a Taça da Liga. No entanto, José Mourinho e Pep Guardiola bem precisam de dar sinais de combate à crise de resultados.

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