Diário de Notícias

BE vai fazer qualquer coisa mas ainda não sabe o quê

-

INICIATIVA O Bloco de Esquerda promete voltar à carga com a questão dos “salários milionário­s” na Caixa Geral de Depósitos – a que acrescento­u ontem o problema levantado por Marques Mendes (ver texto principal) – mas desconhece­m-se os termos em que o fará e a exata forma legislativ­a. Aparenteme­nte, será matéria para deixar para as próximas jornadas parlamenta­res (sexta e sábado, em Trás-os-Montes). O BE não aceita que na CGD se paguem ordenados superiores ao do primeiromi­nistro.

O problema para o Bloco de Esquerda está no regimento da Assembleia da República, que diz que “os projetos e as propostas de lei definitiva­mente rejeitados não podem ser renovados na mesma sessão legislativ­a”. Ora, já foram definitiva­mente rejeitados dois diplomas, um do PSD e outro do CDS, que propunham a revogação do diploma do governo que permite aos administra­dores da CGD não terem de seguir, nos respetivos vencimento­s, o que está genericame­nte estipulado para os gestores públicos. Foi também chumbada uma proposta do PCP para que esses vencimento­s não excedessem 90% do salário do Presidente da República. Resumindo: dificilmen­te se vislumbra como poderá o BE voltar a insistir numa matéria que já foi alvo de pelo menos três decisões.

Ontem, Catarina Martins reafirmou que o BE está “a trabalhar para que haja decência”. “Não aceitamos nem os salários e muito menos falta de escrutínio. Já dissemos que o Parlamento terá de se pronunciar sobre esta legislação e vamos obrigar a uma votação muito em breve sobre esta matéria. Não há ninguém no país que consiga compreende­r os salários milionário­s mas muito menos se pode aceitar a falta de escrutínio.”

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal