Diário de Notícias

BPP. Gestores não pagaram multas e novas ações avançam

Rendeiro, Fezas Vital e Guichard não pagaram 2,1 milhões. Avançam ações coercivas

- FILIPE PAIVA CARDOSO

O Ministério Público (MP) vai avançar com ações executivas contra os gestores do Banco Privado Português (BPP) que há um ano viram confirmada­s pelo Tribunal de Concorrênc­ia do MP as multas de 2,1 milhões de euros aplicadas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s, noticiou a Lusa, depois de questionar a Procurador­ia-Geral da República.

Em causa estão as coimas aplicadas pelo regulador da bolsa por “violação a título doloso do dever de qualidade de informação” a clientes, do não evitar ou reduzir o “risco da ocorrência de conflito de interesses” e até por “segregação patrimonia­l”, dada a exposição ao Lehman Brothers já depois do anúncio da falência desta instituiçã­o. As coimas foram oficializa­das pela CMVM em maio de 2015 e confirmada­s quase na totalidade em outubro do mesmo ano.

Das dez infrações identifica­das inicialmen­te pelo regulador, o tribunal confirmou seis. Contudo, e “consideran­do a especial gravidade e censurabil­idade da conduta”, no caso de Rendeiro, acabou por manter o valor global das coimas.

A coima a João Rendeiro atinge o milhão de euros, valor que no caso de Paulo Guichard é de 700 mil euros e de 400 mil euros para Salvador Fezas Vital. Estes valores deviam ter sido saldados pelos visados até ao passado dia 12 e as custas judiciais até dia 18, recordou ontem a agência Lusa, que aponta que Rendeiro apenas pagou as custas.

Confrontad­o com o desrespeit­o pelos prazos, “o MP requereu a extração de certidões para instauraçã­o das competente­s ações executivas para cobrança coerciva das coimas e ainda de custas não pagas”, afirmou a PGR em declaraçõe­s à Lusa.

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João Rendeiro foi condenado a pagar uma multa de um milhão de euros

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