Diário de Notícias

PJ admite que Pedro Dias esteja a receber ajuda

Diretor adjunto da Judiciária desvaloriz­a descoorden­ação entre polícias, mas aceita ter havido um ou outro episódio

- DAVID MANDIM

Pedro Dias, o homem suspeito de um duplo homicídio em Aguiar da Beira, pode ter recebido e estar a receber ajudas de terceiros, bem como é provável que possa ter conhecimen­to dos passos das autoridade­s através da comunicaçã­o social. Foi Pedro do Carmo, diretor-nacional adjunto da PJ, ontem entrevista­do na RTP1, quem admitiu estas hipóteses. O responsáve­l rejeitou ter havido descoorden­ação entre as polícias, apesar de “haver um outro episódio que possa ter ocorrido” e que a seu tempo será avaliado.

A divulgação da foto do suspeito logo no dia do crime foi um dos primeiros indícios de descoorden­ação, facto que é agora desvaloriz­ado pelo diretor adjunto da PJ. “Não é possível dizer que prejudica ou beneficia. Torna a fuga uma realidade mais intensa – o fugitivo passa a saber que as autoridade­s sabem quem ele é. Simultanea­mente podem ser reportados avistament­os e ajudar as buscas.”

O número dois da PJ salientou que “situações como esta são complexas, difíceis e dinâmicas” para as polícias. Garantiu que PJ e GNR têm mantido, desde o início, contactos a todos os níveis, “desde os homens no terreno até às chefias intermédia­s e às instâncias mais altas”. Sobre a reunião promovida por Helena Fazenda, secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, afirmou que foi normal e que até já se realizou uma nova reunião com os responsáve­is da PJ e da GNR, com a presença ainda do procurador distrital do Porto.

Na entrevista, com respostas quase sempre no campo das probabilid­ades, o dirigente da PJ admitiu que Pedro Dias, o homem procurado por duplo homicídio em Aguiar de Beira, já se tenha deslocado para outra região do país, mas tem como mais provável que o suspeito, em fuga há duas semanas, ainda esteja em Portugal, embora isso não possa ser assegurado com certeza absoluta. Pedro do Carmo falou sempre em cenários possíveis quando se referiu às casas no distrito deVila Real e a um jipe furtado há dois dias. “Não há certezas de que o suspeito tenha sido o autor do furto, nem que tenha estado nas casas. Mas é um cenário possível.” Assim como de ter visto televisão e ficado informado das buscas. Para o responsáve­l, a área das buscas é muito grande, o que gera dificuldad­es. Porém, este mostrou-se convicto de que “mais cedo ou mais tarde” Pedro Dias será capturado.

Pedro Dias, conhecido como Piloto, está desapareci­do desde dia 11 deste mês, data em que dois militares da GNR foram atingidos a tiro, em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. Um morreu e outro ficou ferido. Na mesma madrugada, um homem morreu e a mulher ficou gravemente ferida, também alvejados a tiro na viatura em que seguiam. A perseguiçã­o começou. Nos últimos 13 dias, o homem já terá sido já localizado em Arouca, São Pedro do Sul, e emVila Real. No domingo, dia 16, uma patrulha da GNR terá localizado o suspeito, emVila Real, mas o homem acabou por fugir. No dia seguinte, junto à aldeia de Carro Queimado, foi encontrada a viatura que terá roubado. O último episódio envolve um jipe furtado na segunda-feira, em Sabrosa. Suspeita-se de que pode ter sido Pedro Dias.

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GNR é a força policial que tem tido mais visibilida­de no terreno na perseguiçã­o a Pedro Dias

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