Bourne, o agente secreto que mudou os filmes de ação
A dupla Matt Damon-Paul Greengrass revolucionou os filmes de espionagem e ação. Franchise já faturou 1,5 mil milhões de euros
Na antestreia, em Londres, Matt Damon disse estar pronto para continuar a ser Jason Bourne Jason Bourne mudou os parâmetros dos filmes de ação e de espionagem. Mesmo os críticos de cinema que declaram não ser fãs deste género concordam que há um antes e um depois da trilogia original lançada entre 2002 e 2007. E é também generalizada a ideia de que até James Bond renasceu, em Casino Royale (2006), com Daniel Craig, já sob a influência de um novo estilo criado por Bourne.
Ao talento de Matt Damon, que protagoniza os três primeiros títulos da saga – A Identidade Bourne (2002), A Supremacia Bourne (2004) e O Ultimato Bourne (2007) – e que regressa no mais recente filme, Jason Bourne, lançado no final de julho, junta-se a unânime aclamação do trabalho do realizador Paul Greengrass, que integrou o franchise no segundo filme. À narrativa intensa, frenética e nervosa junta-se o seu estilo realista, a que não é alheia a experiência em docudramas como Domingo Sangrento (2002) ou Voo 93 (2006), tudo servido por planos, mais ou menos fechados, captados por câmaras à mão, minuciosas cenas de luta ou de perseguição. Tudo ingredientes que quase colocam o espectador dentro do filme. E o lado durão do agente da CIA Jason Bourne, sem fato e a lutar mesmo, colaram um rótulo de velho ao espião cavalheiro e elegante até aí desempenhado por James Bond. Resultado: uma sensação de tensão permanente que agarra miDepois lhões de fãs a esta saga, que já faturou mais de 1,6 mil milhões de euros em todo o mundo.
Depois de um quarto título – O Legado de Bourne (2012) –, sem Matt Damon nem Greengrass, no mais recente título a história anda à volta de uma agente da CIA, Heather Lee (Alicia Vikander), especialista em vigilância informática, que acaba por localizar Jason Bourne, entretanto retirado. O ex-agente secreto volta a ser alvo dos antigos patrões numa altura em que começa a recuperar a memória (tema central em todos os filmes) e a perceber como foi recrutado para um programa especial há década e meia. Jason não fica feliz com as memórias e a CIA quer eliminá-lo rapidamente, nem que para isso tenha de pôr no seu encalço Asset (um vilão com assinatura de Vicent Cassell), um assassino contratado que começa por eliminar a aliada de Bourne, Nicky Parsons (Julia Stiles). E até Edward Snowden é citado... Um assunto bem atual, tal como as redes sociais e a vigilância a que todos os dias os cidadãos são submetidos, que o realizador Paul Greengrass fez questão de incluir no enredo do filme, conferindo-lhe um contexto mais atual. Até porque, e pode não parecer, já passaram nove anos desde que Matt Damon e Greengrass filmaram Ultimato, o terceiro episódio da saga. Ao Los Angeles Times, o cineasta explicou a opção por estas questões: “O conflito entre gigantes das redes sociais e fatores de segurança sempre me pareceu muito interessante. Não é certo versus errado – são dois certos em tensão”, afirmou.
Depois da estreia mundial a 28 de julho, Jason Bourne chega ao mercado de DVD nacional a 23 de novembro, dia em que será distribuído com o DN a um preço exclusivo de 12,95 euros. Antes, todas as quartas-feiras, a começar já hoje, os outros quatro títulos da saga, por mais 4,95 euros, na compra do jornal. de fazer esta série de fotografias, Fernando Lemos, atualmente com 90 anos, partiu, de barco, para o Brasil, com o escritor e crítico Adolfo Casais Monteiro, levando os negativos destas imagens no bolso. Por lá ficaram, esquecidas, anos a fio, até uma exposição em 1994, no Centro de Arte Moderna, na Gulbenkian, chamada À Sombra da Luz ter começado a desvelar o trabalho do artista, agora também de nacionalidade brasileira. Da mostra permanente do Museu Berardo (onde o seu trabalho continua), salta, em nome próprio, para a galeria de exposições temporárias, com uma nova leitura da sua obra em Retrato Coletivo em Portugal, no final dos anos 40, como lhe chamou Pedro Lapa, curador e diretor artístico da instituição.
Selecionou 62 fotografias, “as mais surrealistas”. “Traça[m] um quadro muito específico de uma geração intelectual num dos períodos mais depressivos do século XX, o final dos anos 40, no pós-guerra. Há a expectativa da construção de um mundo novo, que em Portugal não se abria e em que o regime ditatorial endurecia”, caracteriza Pedro Lapa.
As imagens foram produzidas entre 1949 e 1952, e aqui estão todos os que marcavam e marcariam a vida cultural portuguesa.
Visualidade e Visão – Arte Portuguesa na Coleção Berardo II, que reúne obras de Cabrita Reis, Joaquim Bravo, Miguel Palma, José Luís Neto, Pedro Barateiro, Rui Chafes e Ângela Ferreira, com uma peça de 2008 chamada For Mozambique (Model Nº.1 of Screen-Tribune-Kiosk celebration a post-independance Utopia), uma instalação em que são projetados dois vídeos, um de Jean Rouch e outro com a canção For Mozambique, editada em 1977 por Bob Dylan, cuja voz ecoa pela galeria. “Já estava pensada para aqui, não tem nada que ver com eventos recentes”, diz Pedro Lapa, lembrando a atribuição do Nobel da Literatura ao músico norte-americano.
Autorretrato de Fernando Lemos, em 1949