Diário de Notícias

JESUS NÃO ADMITE SAIR MESMO QUE PERCA NA TAÇA

Treinador acredita que pode inverter a situação, Bruno de Carvalho deseja manter o técnico mas não fecha a porta à separação

- BRUNO PIRES, CARLOS NOGUEIRA e NUNO FERNANDES

Jorge Jesus não vai colocar o seu lugar à disposição mesmo que a atual situação do Sporting se deteriore, sobretudo na eventualid­ade de ser eliminado hoje da Taça de Portugal em Chaves (20.15, Sport TV1). Ao que o DN apurou junto de fonte próxima do técnico de 62 anos, Jesus está determinad­o a cumprir o seu contrato até ao fim, mesmo tendo consciênci­a de que há a necessidad­e de encontrar soluções para os problemas que atualmente se colocam e que têm impedido que a equipa tenha o rendimento que apresentou na época passada, em que bateu o seu próprio recorde de pontos num campeonato – os leões esta temporada já perderam mais pontos numa volta do que em toda a I Liga passada na qual contabiliz­ou 86 pontos.

A mesma fonte lembrou ainda que Jesus não é treinador de desistir facilmente e que estará convencido de que a situação difícil por que o Sporting passa será invertida, não admitindo sequer ouvir falar em saída. Esta convicção de que é possível melhorar, leva mesmo o treinador a não estar recetivo a negociar uma eventual rescisão do seu contrato por iniciativa do Sporting, no caso de ser atingida uma situação limite.

Ou seja, no caso de o presidente Bruno de Carvalho pretender, em última análise, avançar para uma separação, parece certo que não irá encontrar em Jorge Jesus recetivida­de para chegar a um acordo. Assim sendo, a possibilid­ade de despedimen­to torna-se bastante complicada, uma vez que a SAD leonina teria de indemnizar o treinador com o remanescen­te dos salários até final do contrato, o que neste momento ronda os 20 milhões de euros, uma vez que Jesus tem contrato até final de junho de 2019 e aufere qualquer coisa como oito milhões de euros brutos anuais. As cláusulas vetadas Curiosamen­te, em 2015, quando o Sporting avançou para a contrataçã­o do técnico, o DN sabe que Bruno de Carvalho quis incluir duas cláusulas no contrato, uma delas contemplav­a um valor de rescisão de 30 milhões de euros e outra seria um acordo de cessação de contrato no caso de o Sporting acabar a pri- meira volta de um campeonato no quarto lugar. Ambas foram liminarmen­te recusadas pelo treinador e, a esta distância, a última poderia facilitar um eventual divórcio nesta altura, uma vez que os leões se encontram precisamen­te no quarto lugar quando já decorreu metade da Liga.

Ao que o DN apurou, Bruno de Carvalho também não está a equacionar mudar de treinador mesmo que os leões sejam eliminados da Taça de Portugal esta noite em Chaves. O presidente leonino continua a acreditar em Jesus, com o qual renovou contrato por mais três anos no início da temporada, mas aqui há uma ligeira nuance em relação ao projeto de intenções do treinador. Bruno de Carvalho não fecha a porta ao divórcio se a situação se tornar insustentá­vel.

Claro está que os resultados não têm sido bons e serão eles a definir quase tudo. E uma coisa será perder em Chaves com uma exibição bem conseguida, outra é deixar a segunda competição do calendário futebolíst­ico nacional pela porta pequena. E depois vem uma sempre complicada deslocação aos Barreiros, sabendo-se de antemão que o Sporting não pode perder mais terreno para o líder Benfica, que se encontra a oito pontos de distância, e para o FC Porto, que tem mais quatro pontos e ocupa a última vaga que permite o acesso direto à fase de grupos da Liga dos Campeões – uma prioridade leonina.

O DN tentou uma reação por parte do Sporting em relação à possível saída de Jesus, mas fonte do clube leonino garantiu que essa é uma questão “que não se coloca”, pois no Sporting não passa pela cabeça de ninguém “que o clube seja eliminado da Taça”. No Facebook, o diretor de comunicaçã­o, Nuno Saraiva, deixou uma certeza: “Estamos absolutame­nte consciente­s e cientes dos maus resultados que temos tido mas mantemos as nossas convicções (...) o caminho está traçado, o treinador está escolhido faz muito tempo e a partilha de objetivos e de metodologi­as entre o treinador e o presidente é total.” Ida ao balneário caiu mal Fonte próxima de Jorge Jesus admitiu ao DN que o treinador não ficou satisfeito com o facto de o presidente Bruno de Carvalho ter entrado no balneário dos jogadores após o jogo de Chaves, algo que nunca tinha acontecido em um ano e meio sem autorizaçã­o do próprio treinador.

A mesma fonte recordou que esta foi uma das razões que fez que a relação entre Bruno de Carvalho e os anteriores treinadore­s – Leonardo Jardim e Marco Silva – se tenha deteriorad­o, razão pela qual quando assumiu o cargo de treinador do Sporting, Jesus fez questão de deixar bem claro que não queria que esse tipo de situações se verificass­e. Contudo, a verdade é que na ausência de Jesus na zona técnica, devido a castigo, Bruno de Carvalho foi ao balneário, situação que deixou o treinador bastante descontent­e quando soube do que sucedera no estádio.

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