Portugal com mais 40 hotéis e metade será em Lisboa
Associação da Hotelaria de Portugal prevê ainda onze remodelações e reaberturas. Os empresários estão mais otimistas, numa altura em que o INE confirma um aumento das dormidas para um recorde de 4,4 milhões
Número de dormidas nos hotéis portugueses ultrapassou 51 milhões nos primeiros 11 meses do ano, mais 19,5% do que há um ano
A confiança dos empresários do turismo fechou o ano ao nível mais elevado de sempre. Encorajados pela forte procura externa e pela maior promoção de Portugal lá fora, os hoteleiros estão a investir em força na abertura de novos espaços. Em 2015, surgiram 40 novos hotéis; no ano passado houve 26 aberturas e, este ano, serão mais 40 hotéis. Além disso, contam-se também 11 remodelações e reaberturas, de acordo com os dados recolhidos pelo gabinete de estudos e estatísticas da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), a que o DN/Dinheiro Vivo teve acesso.
“O ano de 2017 é promissor. A expectativa é que seja ainda melhor do que 2016 ao nível dos indicadores da hotelaria. Temos vindo a assistir a uma recuperação do turismo nos últimos anos e isso gera confiança por parte dos investidores”, justifica Cristina Siza Vieira, presidente executiva da associação que, periodicamente, faz uma leitura do andamento do setor. “Tendo em conta a pesquisa realizada pela Associação da Hotelaria de Portugal, ao nível das aberturas há uma maior aposta nas regiões de Lisboa e Porto, mas também há alguns investimentos previstos para as outras regiões do país, com foco no Centro, por exemplo”, diz Cristina SizaVieira.
Em 2017, as regiões de Lisboa e do Porto serão as mais ativas. Sozinha a área metropolitana de Lisboa representa 45% do total dos novos hotéis previstos para 2017 – a cidade de Lisboa responde por 15. Por sua vez, o Porto e Norte correspondem a uma fatia de 27,5% das novas aberturas; só na cidade Invicta nascem outras seis unidades hoteleiras.
Algumas começam a abrir portas ainda na primeira metade do ano. É o caso do Monumental Palace Hotel, no Porto, que está a cargo da Douro Azul de Mário Ferreira. O hotel de cinco estrelas está previsto ainda para esta primavera. Também no Porto é aguardado o Vila Galé Porto Ribeira, que abre em meados de 2017, no Cais das Pedras. Um pouco mais a norte, em Viana do Castelo, nasce o FeelViana em Cabedelo, que deverá abrir portas em abril.
Na capital, e também para breve, está a abertura do novo hotel Tryp no Aeroporto de Lisboa, e a reabertura, com novo nome, do antigo Ever Caparica, que já estava sob a gestão do grupo Hoti e que reabre também na primavera com a assinatura da Meliá. Na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, e num edifício Prémio Valmor surgiu também o quatro estrelas Hotel 1908 e, para menos breve mas também nos planos parece estar o novo hotel do Benfica, que Luís Filipe Vieira, o presidente do clube da Luz, colocou nos objetivos para o novo ano.
Sem detalhar projetos, a AHP conta seis novas unidades no Centro do país; uma no Alentejo e três no Algarve.
Quanto a remodelações, para já contam-se três a norte; duas no centro; duas na região de Lisboa, uma no Alentejo e três no Algarve.
As contas estão longe de ficar por aqui: se o horizonte de investimento se alargar a três anos, o setor admite que se possa atingir uma centena de novos hotéis. Aos mais de 60 que fontes do setor antecipam, juntar-se-ão ainda, pelo menos, os projetos para os 30 edifícios património, que o Programa Revive vai pôr à disposição de hoteleiros e que tudo indica poderem vir a abrir portas a partir de 2018. No ano que vem também há planos já na calha e, só o grupo Vila Galé tem dois projetos já anunciados: um em Sintra, outro em Braga.
O último inquérito da AHP junto dos seus associados mostra que 91% perspetivam uma melhor performance em todos os indicadores em 2017. Os hoteleiros apontam as potencialidades nos mercados dos Estados Unidos e da China, sobretudo pelo reforço das ligações aéreas.
Ainda ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou que o número de hóspedes estrangeiros na hotelaria cresceu 21,2%; tendo as dormidas de estrangeiros avançado 19,5%. Estes dados foram fundamentais para que Portugal possa ter ultrapassado os 51 milhões de dormidas no acumulado até novembro; 18 milhões de hóspedes. Em onze meses, o número de dormidas já ultrapassou em mais de 4,4 milhões o resultado obtido no mesmo período de 2015, confirmando o crescimento do setor em 2016. Entre janeiro e novembro, os proveitos chegaram aos 2,8 mil milhões de euros, mais 400 milhões de euros do que nos primeiros 11 meses de 2016.