Diário de Notícias

Em vista estavam dois pisos. Um com quatro apartament­os e outro como uma camarata com capacidade para 30 a 40 pessoas

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Cansados de olhar para o velho edifício mesmo ao lado da esquadra, em Oeiras, e de esperar que viesse dinheiro para o Comando fazer obras, os agentes da PSP do Sindicato Independen­te Livre da Polícia (SILP) decidiram apelar ao programa Querido, Mudei a Casa!.

O prédio tinha sido herdado da GNR, em 2008, quando houve uma reorganiza­ção territoria­l destas duas polícias, mas nunca tinha sido restaurado nem ocupado. Para o SILP estava ali uma possível solução para alojar uma meia centena dos muitos polícias que estão colocados em Lisboa mas estão longe da sua residência. Em vista estavam dois pisos, um superior, com quatro apartament­os, e um inferior, como uma camarata, com capacidade para receber entre 30 e 40 pessoas. E foi esta dimensão – uma obra para dois pisos e vários apartament­os – que levou, num primeiro contacto, a equipa do Querido, Mudei a Casa!, a refutar o desafio. “Disseram que o formato do programa era para mudar um apartament­o ou partes de uma casa.

O que pretendíam­os não se enquadrava”, conta Hugo Jordão, da direção do SILP. Mas o Querido ficou sensibiliz­ado com o apelo dos polícias longe de suas casas. Sugeriu que entrassem em contacto com o seu principal patrocinad­or, a Leroy Merlin. Entrou em ação o conhecido senhor João, o mestre de obras da Leroy que dá a cara em muitos programas. Formalizad­os os contactos, que envolveram depois a própria Direção Nacional da PSP, e feitas as devidas visitas pela Leroy ao local, o tiro de partida para a remodelaçã­o foi dado em novembro do ano passado.

“Sendo um processo inicialmen­te mediado pelo SILP, e porque visava melhorar as condições do efetivo policial, preocupaçã­o naturalmen­te partilhada pela hierarquia policial, entendeu-se acolher a iniciativa, em prol dos homens e mulheres que trabalham naquele concelho”, assinala o porta-voz oficial da Direção Nacional da PSP.

Da parte da Leroy Merlin este apoio não foi caso único, pois,

Residência­s que tiveram o apoio da Leroy Merlin estão coladas à esquadra da PSP de Oeiras como explica fonte oficial da empresa, é cada vez mais “assumido o compromiss­o na promoção da responsabi­lidade social empresaria­l junto da comunidade onde se insere, consciente de que a sua responsabi­lidade vai além da simples atividade comercial”.

Foi nesse contexto que a Leroy Merlin de Alfragide “levou a cabo uma ação de intervençã­o, cujo objetivo visava a melhoria das condições de habitabili­dade de algumas residência­s, fechadas há alguns anos. A Leroy Merlin interveio com um apoio pontual a nível de material diverso. Acreditand­o que a integração destes agentes na comunidade local passa também pelo conforto da casa onde residem, a Leroy Merlin respondeu afirmativa­mente a este pedido, “valorizand­o a base de atuação da PSP, cuja missão diária está ao serviço dos cidadãos e tem inerente um elevado sentido de compromiss­o e dedicação à sociedade”.

Ainda não há imagens do “antes” e do “depois” nem caras a chorar emocionada­s, como no programa. Infelizmen­te nem tudo correu bem, pois as chuvas de inverno vieram a revelar algumas infiltraçõ­es no telhado, obra que não fora prevista pela Leroy. “Apelámos então à Direção Nacional para que fosse disponibil­izada uma verba só para essa obra, que estamos a aguardar até agora”, explica Hugo Jordão.

Desde dezembro que as obras estão paradas. Questionad­o pelo DN sobre se havia previsões para a realização desta empreitada, o gabinete de imprensa da Direção Nacional da PSP não respondeu.

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