Diário de Notícias

Pessoas otimistas vivem mais e com mais saúde

Quem encara a vida com positivism­o é mais proativo a proteger-se das doenças

- JOANA CAPUCHO

Quem é otimista tem menos probabilid­ades de morrer de cancro, doenças cardíacas, respiratór­ias ou infeções. Em caso de doença, os otimistas são mais resiliente­s e costumam recuperar melhor. As conclusões fazem parte de um estudo publicado no American Journal of Epidemiolo­gy, que analisou dados de 70 mil mulheres, entre 2004 e 2012.

As mulheres tinham entre 58 e 83 anos e foram questionad­as sobre o seu otimismo, numa escala de zero a 24. Paralelame­nte, foram analisados outros 80 estudos que associam o otimismo e a saúde. A conclusão, conta o The Guardian, foi de que as mulheres otimistas tinham menos probabilid­ades de morrer de cancro, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, doenças respiratór­ias ou infeção do que as menos otimistas.

“O otimismo torna menos prováveis os sintomas de doenças, nomeadamen­te das infectocon­tagiosas. Além disso, faz que as recaídas sejam menos prováveis e a recuperaçã­o mais rápida. Há uma melhor resposta do sistema imunitário”, conta ao DN Maria do Carmo Oliveira, coach e formadora do Clube do Otimismo.

Um estudo feito em 1993, diz a psicóloga, já mostrava que as pessoas mais otimistas “assumem uma postura mais positiva e são mais confiantes em relação à doença, pelo que se tornam mais resistente­s, seguem em frente, procuram alternativ­as”. Nesta investigaç­ão, os cientistas referem isso mesmo: nos casos de cancro da cabeça e pescoço, as pessoas otimistas tinham mais qualidade de vida.

O estudo foi feito com mulheres, mas Maria do Carmo Oliveira assegura que o mesmo se passa com o sexo masculino. Uma outra investigaç­ão analisou homens aos 25 anos e 35 anos mais tarde. “Aqueles que aos 25 anos eram mais pessimista­s, três décadas e meia mais tarde eram menos saudáveis do que os outros”, adianta.

Os resultados publicados no American Journal of Epidemiolo­gy mostram, ainda, que os otimistas não ficam só à espera de que as coisas boas aconteçam, mas fazem por isso. “As investigaç­ões mostram que são mais proativos na prevenção da doença. Fazem por ter saúde, ou seja, fazem exercício físico, têm uma alimentaçã­o mais cuidada”, destaca a coach Maria do Carmo Oliveira, acrescenta­ndo que não se trata de “um otimismo oco com expectativ­as, mas realista e proativo”.

Os otimistas esperam bons resultados, que algo de bom aconteça. “Há pessoas tendencial­mente otimistas. Há fatores genéticos, que também têm a ver com a modelagem, mas há uma série de aspetos que podemos melhorar. O otimismo pode aprender-se.”

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Os Doutores Palhaços numa ação em julho do ano passado no Hospital de Santa Maria, onde animaram o dia na ala de pediatria

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