Diário de Notícias

Os custos com pessoal dão receita?

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› Além do enorme ganho fiscal, o BCP conseguiu um feito raramente visto: no último trimestre de 2016, os custos com pessoal deram resultado positivo. Segundo o banco, no último trimestre de 2016 os custos com pessoal trouxeram uma receita de 53,8 milhões de euros. A “culpa” foi da revisão do acordo de empresa e dos cortes nas contribuiç­ões para o fundo de pensões. Segundo o banco, houve um impacto positivo “associado à negociação da revisão do ACT de 146,7 milhões de euros em dezembro de 2016”, um valor que mais do que superou a despesa trimestral do BCP com o seu pessoal. O Deutsche Bank vai ser obrigado a realizar um mega-aumento de capital no montante de oito mil milhões de euros e a reestrutur­ar os seus negócios de modo a acomodar a reintegraç­ão do banco postal Postbank – comprado em 2010 – e a reforçar os rácios, depois dos elevados prejuízo registados no ano passado.

O aumento de capital do gigante alemão será realizado através da emissão de 687,5 milhões de novas ações ao preço de 11,65 euros, um desconto de 39% sobre o preço de fecho da bolsa na sexta-feira (19,12 euros). A operação arranca a 21 de março e termina a 6 de abril.

A resposta dos investidor­es foi imediata: as ações caíram ontem 7,89% na Bolsa de Frankfurt, negociando a 17,63 euros, já muito perto dos mínimos históricos de setembro de 2016.

O plano de reestrutur­ação do Deutsche Bank prevê ainda a integração das operações de banca de retalho e de banca privada; a fusão dos negócios de mercados globais, banca corporativ­a e transações; a venda de alguns dos ativos e a dispersão de uma “posição minoritári­a”, no prazo de 24 meses, da unidade da gestão de ativos.

O banco antecipa que estas medidas terão um custo aproximado de dois mil milhões de euros entre 2017 e 2021; 70% destes custos deverão ocorrer nos próximos dois anos. Com estas medidas, o rácio de capital common equity tier 1 seria de 14,1% no final de 2016 e não de 11,9%, como registado efetivamen­te.

Este é o quarto aumento de capital do Deutsche Bank desde 2010. Em mais de seis anos, os acionistas já tiveram de colocar 21,7 mil milhões de euros neste banco, que atualmente vale 24,3 mil milhões de euros na Bolsa de Frankfurt.

O banco alemão registou prejuízos de 1,4 mil milhões de euros no ano passado. O pagamento de uma multa de 7,2 mil milhões de dólares (6,8 mil milhões de euros) nos EUA, por causa dos casos de venda de créditos tóxicos, foi uma das principais razões a explicar a quebra nas contas. DIOGO FERREIRA NUNES

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