Diário de Notícias

Dembélé, o prodígio do Dortmund que o Benfica quis na Luz

Champions. Clube da Luz quis contratá-lo em 2015, mas desistiu por problemas burocrátic­os. Hoje brilha no clube germânico

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GONÇALO LOPES Quando se pensa na principal figura do Borussia Dortmund, adversário do Benfica nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, a maioria aponta o nome do gabonês Aubameyang. Ao seu lado no ataque, no entanto, joga uma das maiores promessas do futebol mundial, o francês Ousmane Dembélé, de 19 anos, que tantas dores de cabeça deu aos laterais encarnados no jogo da primeira mão, que o Benfica venceu por 10. Poucos sabem, mas o prodígio francês podia estar a jogar de águia ao peito.

Há muito que a estratégia definida pela direção presidida por Luís Filipe Vieira aponta à contrataçã­o de jovens valores, com a SAD a mostrar-se sempre bastante atenta a excelentes oportunida­des de mercado. Dembélé era um deles, ou assim pensavam os encarnados em 2015.

Nessa altura, o departamen­to de scouting das águias identifico­u um jovem de apenas 17 anos que jogava no Rennes e cujo contrato não era profission­al. As observaçõe­s feitas não deixaram dúvidas sobre a qualidade do francês e o presidente do Rennes também não esconde que soube do interesse do emblema português.

“Os empresário­s do jogador transmitir­am-nos esse interesse, soube que o Benfica o andava a observar, mas outros também o fizeram, mas só dois clubes acabaram por fazer propostas oficiais, no- meadamente o Barcelona e o Borussia Dortmund”, salientou ao DN René Ruello, confessand­o que foi o próprio jogador a optar pelo emblema germânico.

Fonte do Benfica conhecedor­a deste processo também confirmou ao DN as observaçõe­s feitas a Ousmane Dembélé, mas as águias acabaram por afastar-se desta contrataçã­o devido a várias questões burocrátic­as difíceis de solucionar.

O avançado francês tinha naquela altura um contrato semiprofis­sional e as águias pensavam que poderiam contratá-lo por valores reduzidos, ou pelo menos era isso que dois dos seus representa­ntes faziam ver aos clubes interessad­os. Contudo, quando o Benfica aprofundou o interesse os problemas começaram a surgir, sobretudo com a interferên­cia de um outro agente que estava a preparar com o Rennes uma transferên­cia milionária no final dessa temporada.

O Benfica acabou então por sair da corrida e em setembro de 2015 Dembélé assinou o seu primeiro contrato profission­al com o Rennes, tendo ficado com uma cláusula que permitiria a sua saída por uma verba de cinco milhões de euros. No final da temporada, contudo, acabou por custar o triplo ao Borussia Dortmund (mais oito milhões de prémio de assinatura ao gaulês), transferên­cia essa que ainda faz correr muita tinta em França e também na Alemanha, sobretudo devido à cláusula de cinco milhões e aos processos judiciais que vários empresário­s colocaram ao Rennes e ao jogador, que também chegou a ser apontado ao FC Porto em 2015.

Amanhã, em Dortmund, Dembélé vai ser mais uma seta apontada à baliza do Benfica, que vai tentar defender a vantagem de um golo alcançada em Lisboa. O árbitro da partida será Martin Atkinson.

A nomeação do inglês, no entanto, não é um bom presságio para as águias, dado que nos três jogos que dirigiu a equipa de Lisboa acabou por perder os três encontros. O primeiro em 2008-2009, para a Taça UEFA, quando o Galatasara­y venceu no Estádio da Luz por 2-0, depois na meia-final da Liga Europa de 2010-2011, na qual o Sp. Braga ganhou por 1-0, e finalmente em 20142015, com os encarnados a perderem com o Bayer Leverkusen, por 3-1, em jogo da Liga dos Campeões. Acordo com Västeras por Lindelöf O Västeras, da Suécia, confirmou finalmente ontem o acordo com o Benfica no âmbito de um desentendi­mento relativo ao central Victor Lindelöf, que o Benfica contratou ao clube sueco em 2012.

O emblema nórdico sempre exigiu ao Benfica o pagamento de uma verba de 250 mil euros, pelo facto de o jogador sueco ter realizado dez jogos oficiais pela equipa portuguesa, algo que o Benfica entendia não ser válido, dado que o defesa já tinha assinado um contrato diferente daquele de 2012. As partes, contudo, chegaram finalmente a um acordo e agora o Västeras terá direito a 10% de uma mais-valia se o clube da Luz vender o internacio­nal sueco.

“Estamos muito satisfeito­s por termos chegado a este acordo. O diálogo com o Benfica sucedeu tendo em vista os melhores interesses de todas as partes, incluindo os do Victor Lindelöf. Tivemos o apoio importante do advogado Lars Nilsson, que também é juiz no TAS. A Federação Sueca também nos ajudou nesta questão”, revelou ontem a vice-presidente Christina Liffner.

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Dembélé foi sondado pelo Benfica mas acabou por rumar à Alemanha

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