Nelson “é o exemplo mais elevado de superação que temos em Portugal”, elogia Miguel Lucas, antigo treinador do saltador Carlos Calado

provar nada a ninguém”, o triplista “tem ambição” para lutar por uma medalha nos Mundiais deste ano.

A fasquia está alta: só três trintões conseguiram subir ao pódio do triplo salto em mundiais de ar livre: os britânicos Jonathan Edwards (bronze em 1999, com 33 anos, ouro em 2001, com 35) e Phillips Idowu, prata em 2011, com 32) e o próprio Nelson (tinha 31 quando conquistou a medalha de bronze em Pequim 2015). “No triplo é raro os atletas manterem-se no topo muito para lá dos 30 anos. A natureza faz que eles vão ficando pelo caminho. No entanto, o Nelson fica na história por ter conseguido debelar estas dificuldades. E não o fez só por uma vez”, nota Miguel Lucas.

O segredo do renascimento do saltador foi a sua força mental. E é isso que o mantém no topo. “Ele renasceu das cinzas e provou que, quando se quer e se faz por isso, a mente não trava. É o exemplo mais elevado de superação que podemos ter em Portugal. E se não tivesse ambição de ser medalha de ouro não estaria a treinar”, diz Miguel Lucas.

Nelson treina num contexto diferente. Mas nem as recentes mudanças de técnico (de João Ganço para Ivan Pedroso), de clube (do Benfica para o Sporting) e do país onde treina (de Portugal para Espanha) o limitaram: “Nesta etapa, procurou outras circunstâncias, adaptou-se e voltou a produzir resultados”, conclui Miguel Lucas. Assim se escreveu a história do maior sucesso de Portugal nos Europeus de pista coberta, de onde Patrícia Mamona também trouxe uma medalha de prata.