Tusk será reeleito presidente contra a vontade da Polónia
Varsóvia apresentou candidato alternativo, mas atual presidente goza de “amplo apoio”, disse fonte diplomática ao DN
Donald Tusk, na cimeira de Malta, em fevereiro último. O governo do seu país não o apoia JOÃO FRANCISCO GUERREIRO, Bruxelas Os líderes europeus reúnem-se hoje e amanhã em Bruxelas confrontados com a necessidade de encontrar um rumo para a Europa na era pós-brexit. Os trabalhos de quinta-feira serão marcados pela recondução de Donald Tusk no cargo de presidente do Conselho Europeu – mas o tema é polémico.
Até agora, só é conhecido um país opositor à reeleição do polaco: a própria Polónia. Num movimento inédito, o governo eurocético de Beata Szydlo apresentou outro candidato à liderança do Conselho, esperando que a formação deste órgão, ainda composto por 28 chefes de Estado ou de governo, dê luz verde a Jacek Saryusz-Wolski, um eurodeputado desde 2004. SaryuszWolski também faz parte da ala direita do Parlamento Europeu, embora esteja em rutura com o líder do Partido Popular Europeu, MaxWeber.
Fontes diplomáticas comentaram ontem ao final da tarde com o DN que “nada faz prever que Donald Tusk não continue como presidente”. O atual líder do Conselho “goza de um amplo apoio da maioria dos governos”. E Tusk “não precisa” do apoio do governo do seu próprio país, bastado que uma maioria qualificada seja a seu favor.
Tusk e Saryusz-Wolski são os únicos candidatos conhecidos, mas “nada impede que haja surpresas”, comentou outra fonte. François Hollande chegou a ser apontado como possível, mas a discussão “não passou da comunicação social” e, oficialmente, “nunca foi colocada”. O facto de as três principais instituições ficarem lideradas por membros de uma única família política também “não causa incómodo” entre os 28. Até aqui tem ficado de alguma forma subentendido que tal não poderia acontecer.
Amanhã, os líderes europeus reúnem-se num formato de 27 países, sem a presença da primeiraministra britânica, Theresa May, para iniciar o debate preparatório para a cimeira de Roma dia 25. É de esperar que seja já apresentado aos chefes de Estado e de governo um