Pontos altos do dia antes de cair o pano numa indústria que também é arte

LISBON FASHION WEEK Três dias de desfiles de criadores nacionais, propostas de jovens designers e ideias inovadoras terminam. Fica a promessa do regresso na próxima estação

Patrik de Pádua e Duarte abriram o último dia de desfiles, com duas coleções de forte inspiração desportiva e vocação para rua, a preparar-nos para o criador Christophe Sauvat, que se manteve fiel à linha criativa muito colorida e de espírito livre, com peças que nos fazem querer viajar para lugares distantes.

Com Valentim Quaresma, viajámos para outro espaço temporal com History , numa coleção que roubou à história as referências mais fortes: da época vitoriana, aos anos 20, revolução industrial, art déco, op art e movimento punk reinterpretados num imaginário futurista. Uma viagem que terminou com a fadista Fábia Rebordão, prima de Amália, num vestido futurista com aplicações de acrílico.

O mais surpreendente foi Dino Alves, que criou uma sátira à indústria nas vozes de Ana Bola e Maria Rueff. As atrizes começaram por saudar os clientes do designer e dizer que o desfile era para eles, agradeceram aos restantes e fizeram avisos à plateia. Alertaram os fotógrafos para o facto de o desfile acontecer na passerelle, cumprimentaram a imprensa “de todas as cores” e explicaram que a coleção teria apenas 25% dos coordenados que habitualmente o criador apresenta visto terem chegado à conclusão que era essa a percentagem de venda. E lembraram que as mesmas podem ser compradas na mesma morada a que as pessoas se dirigem para pedir convites para o desfile ou roupa emprestada para festas.

Antes de cair o pano houve ainda tempo para conhecer as propostas da angolana Nadir Tati e de Nuno Gama, que encerrou esta edição da ModaLisboa, evento “importante para a cidade de todos os pontos de vista”, disse Assunção Cristas. “A moda é uma indústria muito relevante, expressão da beleza e uma arte e este é um evento que se afirmou há mais de duas décadas e faz parte da nossa cultura e arte”, concluiu a candidata à CML.

Dino Alves montou uma sátira na apresentação da sua coleção para a próxima estação fria

A música mas também o cenário da Grande Guerra serviram de inspiração a Patrick de Pádua

Nevada, de Ana Duarte, mostra o desporto como escape para a sociedade em constante movimento

A angolana Nadir Tati trouxe propostas para homem e senhora (à esq.). Valentim Quaresma encantou (ao centro)

Um mundo sem fronteiras inspirou a coleção do francês Christophe Sauvat