Já este ano, Novak Djokovic tinha perdido com o n.º 117 do mundo na Austrália e Roger Federer com o n.º 116 no Open do Dubai
Andy Murray, número 1 do mundo, foi a última vítima em 2017 de um tenista fora do top 100. A proeza, desta vez, teve a assinatura do canadiano Vasek Pospisil, de 26 anos e atual n.º 129 do ranking, oriundo dos qualifyings, que eliminou o britânico logo na segunda ronda de Indian Wells, pelos parciais de 6-4 e 7-6(5), numa partida que durou uma hora e 50 minutos.
Parece estar a tornar-se um hábito neste início de ano ver os melhores tenistas caírem frente a rivais de ranking muito inferior. No primeiro Grand Slam de 2017, na Austrália, Novak Djokovic, na pele de n.º 2 do mundo, foi surpreendido pelo uzbeque Denis Istomin, à data número 117 do circuito, por 7-6 (10-8), 5-7, 2-6, 7-6 (7-5) e 6-4, após uma maratona de quatro horas e 48 minutos, sendo eliminado logo na segunda ronda do torneio onde estava a defender o título conquistado em 2016.
Mais recentemente, no início deste mês, Roger Federer (10.º) também foi ao tapete na segunda ronda do Open do Dubai, batido pelo russo Evgeny Donskoy, número 116 do mundo, que venceu o suíço com os parciais de 3-6, 7-6 (9-7) e 7-6 (7-5), em duas horas e dois minutos. E isto depois de semanas antes ter ganho o Open da Austrália numa final memorável frente ao espanhol Rafael Nadal.
Desta vez foi Andy Murray que não resistiu a um tenista com ranking fora do top 100, ele que tinha reforçado há poucos dias a sua liderança no circuito, depois de ter vencido a final do torneio do Dubai, e que nos confrontos anteriores frente a Pospisil (um total de quatro) nem um set tinha perdido para o tenista canadiano.
Indian Weels continua a ser uma pedra no sapato do escocês, o único Masters 1000 (a par do Mónaco) que Murray nunca ganhou. “Não consigo encontrar explicações. Eu treino bem aqui, mas não sei se são as condições... de facto fui incapaz de praticar o meu melhor ténis aqui [Indian Wells] nos últimos anos”, justificou o tenista, ainda algo incrédulo com a eliminação.
Vasek Pospisil não é propriamente um desconhecido no mundo do
A celebração de Vasek Pospisil após eliminar o n.º1 do mundo Andy Murray em Indian Wells ténis, pois na vertente de pares já chegou a ser o número 4 do mundo, quando fez história ao vencer o torneio de Wimbledon ao lado de Jack Sock, em 2014, na final em que todos davam o favoritismo aos irmãos norte-americanos Bob e Mike Bryan. Aliás, Pospisil e Sock tornaram-se na altura na primeira equipa a ganhar um Grand Slam logo na sua primeira experiência como par – Lleyton Hewitt e Max Mirnyi também o conseguiram no Open dos Estados Unidos em 2000.
O tenista canadiano, também em pares, cruzou-se com os portugueses João Sousa e Gastão Elias nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro do ano passado – fez dupla com Daniel Nestor – e venceu os lusos por 6-1 e 6-4.
Pospisil, que se tornou profissional em 2007 e teve como melhor ranking individual um 25.º lugar nos primeiros meses de 2014 (chegou a ir à final do ATP 500 de Washington), estava eufórico no final do jogo em que bateu Murray. “É sem dúvida o melhor momento da minha carreira, um triunfo que jamais vou esquecer. Sabia que tinha de jogar o encontro perfeito frente a Murray e consegui fazê-lo, pois nos quatro jogos anteriores em que o defrontei nem um set ganhei. Nem tenho palavras para descrever o que sinto.” Sousa também se despede João Sousa, 37.º do ranking mundial de ténis, foi eliminado também na segunda ronda do torneio de Indian Wells pelo alemão Mischa Zverev. O vimaranense foi derrotado pelo 33.º da hierarquia por 6-4 e 6-3, em uma hora e 16 minutos, dizendo assim adeus ao torneio americano, já que em pares tinha caído na primeira ronda diante da dupla Rafael Nadal/Bernard Tomic.
“Infelizmente as coisas não correram bem. Foi um encontro em que não joguei a um bom nível. Ele foi muito fiel ao seu estilo de jogo, de serviço/rede, a pressionar muito o adversário, tanto no serviço como na resposta, e não me deixou fazer o meu estilo de jogo. Também não o consegui fazer mesmo quando tive algumas oportunidades”, referiu João Sousa, que vai já começar a preparar o torneio de Miami, igualmente da categoria Masters1000 e que se disputa de 22 de março a 2 de abril.
Gastão Elias também já tinha sido eliminado do torneio californiano, ao perder na primeira ronda com o britânico Edmund Kyle, por 6-1 e 6-3, em 1.06 horas.