Bons exemplos com resultados
JOANA PETIZ
Émais uma prova de quanto vale uma estratégia bem desenhada. No ano passado, o setor do turismo criou sozinho perto de um terço dos novos empregos gerados na economia portuguesa. E este ano já prenuncia ainda melhores resultados, não só a nível de emprego – com mais cerca de quatro mil ofertas disponíveis só na BTL que arranca esta semana – como também no que respeita ao fluxo de turistas que pretendem visitar o nosso país. A três meses da época alta, as reservas para este verão já estão cerca de 12% acima dos recordes do ano passado, com cada vez mais europeus (ingleses, alemães) mas também americanos e chineses a procurar-nos – o que também acontece graças ao aumento de rotas e frequências garantidas pela TAP.
As boas notícias chegam poucos dias depois de serem conhecidas as nomeações para os World Travel Awards, que representam um novo recorde para o país nos Óscares do Turismo, com 111 nomeações em meia centena de categorias.
Nada disto é fruto do acaso. Esta prestação, que tem garantido ao país cada vez melhores prestações nas exportações – o turismo já pesa 17% nas vendas de bens e serviços e quase 50% quando apenas considerados os serviços – e que tem sido fundamental para o crescimento da economia (+1,4% em 2016), resulta de uma importante mudança de visão que permitiu que o setor passasse a ser tratado com a importância que sempre devia ter merecido. Uma estratégia que teve início com o anterior secretário de Estado e prosseguiu com a atual responsável do Turismo – e que bem podia servir de exemplo para outras áreas de atividade no país –, que assenta sobretudo na simplificação de leis e processos para permitir às empresas agir e crescer com o número mínimo de obstáculos, fiscalização eficaz das regras e divulgação além-fronteiras do melhor que Portugal tem para oferecer.
Ajustar estes princípios e aplicá-los nas áreas em que se integram as nossas maiores exportadoras de bens seria um passo importante para realmente acrescentar valor à economia portuguesa.