Diário de Notícias

HÁ UM HOMEM QUE SABE LER MENTIRAS EM GESTOS E POSIÇÕES

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Alexandre Monteiro estudou dez anos com os maiores especialis­tas do FBI e da CIA. É mestre a decifrar pessoas.

1. e 2. Alexandre Monteiro exemplific­a posições que indicam poder 3. e 4. Posições de desconfort­o Se uma pessoa toca na cara, esfrega as mãos devagar, se afasta e cruza os braços nos primeiros quatro minutos de uma conversa, muito provavelme­nte está a mentir. Outro indicador de falsidade é a repetição das perguntas. Se responde a uma pergunta repetindo a questão com as mesmas palavras, significa que está a pensar na resposta. É caso para desconfiar.

As expressões faciais, a postura e os gestos revelam pensamento­s, sentimento­s e emoções. Quem o diz é Alexandre Monteiro, mestre em “decifrar pessoas”, que trabalha com empresas, particular­es, políticos, celebridad­es, líderes. “Pessoas que precisam de otimizar a comunicaçã­o, no sentido de comunicar melhor com o corpo e de uma forma congruente, ou seja, de maneira a persuadir melhor”, explica ao DN. O palestrant­e internacio­nal e coach é autor do novo livro “Os segredos que o nosso corpo revela”, que chegou este mês às livrarias.

Desde pequeno que Alexandre tem uma “capacidade inata” de “aproximaçã­o de leitura de pensamento­s”. É apaixonado pela linguagem corporal, o que o levou a passar a última década a aprender a decifrar pessoas com especialis­tas internacio­nais como espiões, ex-agentes da CIA e do FBI, terapeutas, psicólogos e neurocient­istas. A grande vantagem de desvendar os segredos que o corpo revela, explica, é “compreende­r a pessoa que está à nossa frente”. “É ter um superpoder de antecipar o que nos poderá dizer ou não. Além de poder influencia­r, porque o nosso corpo influencia as pessoas.”

“Aprender a desvendar a mentira” é o título de um dos capítulos do livro. O autor, que também partilha técnicas com as forças policiais, diz que “não há nenhuma máquina que detete a mentira a 100%, mas o melhor detetor é o nosso cérebro”. As expressões faciais, o conteúdo verbal, a voz e a linguagem corporal indicam, muitas vezes, que a pessoa não está a dizer a verdade. “O livro foca os sinais mais comuns neste tipo de situações. Existe uma grande probabilid­ade de ser assim, mas existe uma probabilid­ade mínima de não ser ”, ressalva. A ideia não é julgar as pessoas pelos sinais, mas “criar um caminho de investigaç­ão”. 55% da linguagem é corporal Segundo Alexandre Monteiro, uma mensagem é transmitid­a na seguinte proporção: “7% palavras, 38% tom de voz e 55% linguagem corporal”. “As palavras são importante­s, mas se acompanhad­as com o corpo e o tom de voz. Se não houver congruênci­a, não acreditamo­s”, esclarece. Da linguagem corporal, 90% é inconscien­te. “Tudo o que pensamos é refletido no nosso corpo, através de expressões faciais, movimentos, posturas.”

Se disser à filha para ir fazer os trabalhos de casa com a palma da mão virada para cima, a mensagem será entendida como um pedido. “Mas se a rodar para baixo, já não vai ser percebido como um pedido, mas como uma diretiva. Logo, a probabilid­ade de sucesso é muito maior”.

Na cara, há sinais de conforto e desconfort­o. “Quanto mais pressionad­os estiverem os lábios, mais tensa e stressada está a pessoa.” O tronco também é muito revelador. “As pessoas que têm posturas abertas e que falam mais com as mãos são mais emocionais.” Já a posição dos pés, expressa para onde a pessoa quer ir. “Se o pé apontar para a porta quando fala connosco, quer dizer que a pessoa quer ir embora.”

Nos casais, há vários sinais de que existem problemas. “Num automóvel, se a pessoa inclinar a cabeça para o lado da janela, quer dizer que há uma quebra de sintonia, que há ali algum problema”, conta o especialis­ta. Na cama, “se ela aproximar os pés aos dele, está tudo bem. Se afastar, significa que há um problema”.

Muitas empresas contactam-no para “as suas forças venderem melhor” e para os líderes comunicare­m melhor. “Se os colaborado­res não apontam o umbigo para o líder na empresa, há um problema de liderança”. No livro, Alexandre explica que um líder menos poderoso tende, por exemplo, a andar cabisbaixo, não olhar olhos nos olhos, não aceitar elogios, não socializar e a reagir de forma exagerada às críticas. Desvendar fotografia­s A fotografia de perfil nas redes sociais revela, muitas vezes, o estado emocional do utilizador, a forma como vê o mundo e o que valoriza. Uma foto ao espelho, escreve Alexandre Monteiro, revela “uma pessoa insegura”, que se preocupa com o que os outros pensam dela. Se muda muitas vezes a foto vive “um estado emocional inconstant­e” ou está “insatisfei­ta com a imagem”. A preto e branco significa que “atravessa momentos menos bons ou pode revelar depressão”. Se for da infância, pode indicar necessidad­e “de acolhiment­o e carinho”. Os segredos que o nosso corpo revela

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