A única forma saudável de assegurar a estabilidade do setor bancário é fomentar a capitalização das empresas a quem os bancos emprestam dinheiro
emprestam dinheiro. Mas parece estar agora a ressurgir em Portugal um novo “delírio perigoso” em que alguns responsáveis parecem estar a propor a “recapitalização dos bancos” para que eles possam de novo fomentar o crédito ao consumo dos particulares e o financiamento a empresas descapitalizadas.
Esse seria o caminho de regresso à pré-bancarrota de maio de 2011!
E como é possível, depois dum tal desastre que nos levou a um duro programa de ajustamento durante mais de três anos, haver de novo esta tentação?
Porque, numa primeira fase, fomentar o consumismo parece só ter vantagens: os cidadãos consomem mais, as empresas faturam mais e o Estado arrecada mais impostos e controla melhor o défice. O desastre vem mais tarde...
Ora só com empresas dinâmicas e dispondo de rácios de capitais próprios adequados é que Portugal poderá sobreviver no euro e competir nos mercados globais. E aqui o atual governo assumiu já alguns benefícios fiscais aos aumentos de capital mas lamentavelmente recusou a descida das taxas de IRC que anteriormente o próprio PS tinha aprovado.
E os bancos, pelo seu lado, terão de utilizar uma sábia mistura de exigência e colaboração com as empresas, para assegurar a sua própria rentabilidade e atrair por sua vez as poupanças que, num círculo virtuoso, irão depois fertilizar toda a economia.
Só que isso exige tempo, competência e muito esforço!