Diário de Notícias

A febre dos super-heróis chega à televisão

Iron Fist, protagoniz­ada pelo ator de A Guerra dos Tronos Finn Jones, assinalou ontem a sua estreia mundial. Esta é a primeira de quatro séries com assinatura da Marvel e da Netf lix previstas para 2017, antecedend­o The Punisher, The Defenders e The Inhu

- Carolina Morais POR

Oavião onde seguia com os pais despenhou-se. Daniel Rand era apenas uma criança, mas sobreviveu. Foi acolhido numa pequena cidade asiática, onde se fez homem e se tornou mestre de artes marciais. Em Nova Iorque, há 15 anos que o dão como morto. Mas, agora, Daniel decide regressar para recuperar o império dos seus pais, fazendo-se valer, pelo caminho, das suas capacidade­s místicas para combater o crime na cidade.

Esta é a história contada em Iron Fist, a nova série da Netflix com chancela da Marvel, que assinalou ontem a sua estreia mundial. O protagonis­ta é Finn Jones, uma cara já bem conhecida da aclamada e premiada A Guerra dos Tronos. A sua personagem nessa trama, Loras Tyrell, morreu no final da sexta temporada, permitindo-lhe abraçar este novo desafio.

“O que realmente me atraiu para esta personagem foi a história. Gosto muito da forma como ele é retratado, como um super-herói com um verdadeiro coração, mas também com elementos espirituai­s”, explicou o ator de 28 anos à Entertainm­ent Weekly. “Vai ser muito bom mostrar como ele, por um lado, vem de uma família muito rica e, por outro, vive num mundo mitológico há muito tempo, onde aprendeu kung-fu e filosofia budista”, acrescento­u ainda.

Assumir este papel exigiu algum esforço. Na altura em que se preparou fisicament­e para dar vida a Daniel, esta era a rotina de Finn: “Começava todos os dias com cerca de duas horas e meia de artes marciais – como kung-fu, wushu com um toque de tai-chi, e outras coisas. À tarde, levantava pesos com a orientação de um treinador, para ganhar músculo e estar em forma para o papel. E à noite, fazia aulas de meditação e aprendia filosofias budistas”, revelou o ator britânico.

Iron Fist, inspirada na famosa banda desenhada dos anos 1970, é, na verdade, apenas a primeira de quatro produções, resultante­s da parceria entre a Netflix e a Marvel, com estreia agendada para este ano. Brevemente, chegará à plataforma de streaming The Punisher, o spin-off baseado no vilão da série Daredevil, que terá Jon Bernthal como protagonis­ta; The Defenders, que irá unir os quatro atuais super-heróis das séries Marvel/Netflix, ou seja, Jessica Jones, Daredevil, Luke Cage e Iron Fist; e ainda The Inhumans, um drama sobre um grupo de super-humanos dotados de poderes únicos. Não foi ainda avançada, no entanto, a data de estreia exata de qualquer uma destas três tramas. Uma parceria para durar O casamento entre a gigante da banda desenhada e a maior plataforma de televisão por internet começou em 2013. E ao que tudo indica, vai continuar a dar frutos. “Voltámos àquilo que define a Marvel, a contar os 50 anos de história do Daredevil, os 40 do Luke Cage e do Iron Fist e os 30 de Jessica Jones. Por isso, ainda há muita história por aí”, sugeriu, recentemen­te, o diretor dos conteúdos televisivo­s da Marvel, Jeph Loeb.

Sobre a Netflix, nada a apontar. “Eles perceberam exatamente aquilo que queríamos fazer. São muito abertos a aceitar realizador­es que, na televisão em sinal aberto, poderiam não ter a oportunida­de para trabalhar. E o conceito de lançar 13 episódios de uma só vez é muito atrativo”, admitiu o mesmo responsáve­l.

Mas nem tudo tem sido fácil nesta parceria. A estreia de Iron Fist veio, aliás, despertar a ira de muitos fãs e críticos televisivo­s, que apontam a falta de diversidad­e na série – há quem argumente que a Netflix e a Marvel privilegia­m protagonis­tas caucasiano­s e que, neste caso específico, deveriam ter escolhido um ator asiático.

Será verdade? Finn Jones, o herói da trama, garante que não. “A Netflix e a Marvel são dois dos mais progressis­tas distribuid­ores de entretenim­ento da atualidade. Estão a fazer escolhas muito boas, especialme­nte no que diz respeito à diversidad­e. E não estão a cometer nenhum erro. As pessoas vão ficar surpreendi­das com esta história. E, para ser sincero, é uma das séries mais diversas em que já trabalhei. Tem um elenco incrível, das mais diversas origens e culturas”, frisou.

Os últimos anos vêm, de facto, comprovar a afirmação do ator. É que, poucos meses depois de Daredevil se estrear, em abril de 2015, chegou Jessica Jones, uma das mais faladas séries desse ano pelo facto de ter como estrela principal uma mulher – Kristen Ritter. Já no final de 2016, estreou-se Luke Cage, personagem que já tinha aparecido em Jessica Jones e que é protagoniz­ada por um afro-americano.

De cada uma destas tramas do universo Marvel ainda muito está para vir. É verdade que todos esses super-heróis estão prestes a unir forças em The Defenders, mas também vão regressar individual­mente. Daredevil, por exemplo, já foi renovado para uma terceira temporada, enquanto Jessica Jones e Luke Cage estão a caminho da segunda.

Além destes projetos com assinatura Marvel e Netflix, muitas outras séries sobre super-heróis, baseadas em clássicos de banda desenhada, provam que esta é uma forte tendência. Basta olhar, por exemplo, para êxitos recentes como Arrow (da DC Comics, ancorada no canal The CW ), Supergirl (DC e CBS), Legends of Tomorrow (DC e The CW ), Agent Carter (Marvel e ABC), Gotham (DC e Fox), Agents of S.H.I.E.L.D. (Marvel e ABC), e The Flash (DC e The CW ), entre outros. Iron Fist Primeira temporada tem 13 episódios. Estreou-se ontem na Netflix,

nos EUA e em Portugal.

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Finn Jones, ator que deu vida a Loras Tyrell na série da HBO A Guerra dos Tronos, assume agora o papel de protagonis­ta na trama Iron Fist

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