Meia-Maratona de Lisboa. Sem Mo Farah mas com a melhor elite feminina de sempre
Donald Trump “afastou” a estrela britânica da prova masculina, mas um trio de mulheres vai estar de olho no recorde do mundo
Trinta e cinco mil corredores vão “invadir” amanhã as ruas da capital portuguesa na 27.ª edição da Meia-Maratona de Lisboa, que de ano para ano reúne mais interessados. Prova disso é o facto de a organização ter tido de recusar mais inscrições, já que 35 mil é o limite para garantir a segurança dos participantes. O tiro de partida é dado às 10.30, como habitualmente, na Praça da Portagem da Ponte 25 de Abril, e a meta está colocada em frente ao Mosteiro dos Jerónimos.
Com cariz competitivo de enorme relevo, ou não fosse considerada uma das melhores meias-maratonas do mundo – tem classificação Gold por parte da Federação Internacional de Atletismo (IAAF) –, Lisboa tem assistido à quebra de muitos recordes. Como o de Zersenay Tadese, da Eritreia, que alcançou aqui a melhor marca mundial, que ainda perdura, com 58.23 minutos, em 2010.
No setor masculino, destaca-se este ano a ausência do britânico de origem somali Mo Farah, detentor do recorde europeu, obtido precisamente em Lisboa, há dois anos, com 59.32. E o grande culpado é… Donald Trump, mais precisamente devido ao polémico decreto do presidente dos EUA que proibia a entrada no país de cidadãos de sete países considerados de risco por ligações ao terrorismo.
O campeão olímpico tinha receio de não conseguir reentrar nos EUA, onde vive, e apesar desse decreto já não estar em vigor, Carlos Móia, presidente do Maratona Clube de Portugal, clube organizador da prova, explicou que o campeão olímpico tinha ficado transtornado e não voltou atrás na decisão.
Os grandes favoritos no setor masculino são assim: Nguse Tesfaldet, da Eritreia, medalha de ouro nos 10 mil metros dos campeonatos africanos em 2014 e que apresenta 59.39 como melhor marca; o queniano James Mwangi, campeão do mundo da Maratona em 2007 e cujo recorde é 59.07; e Simon Cheprot (recorde pessoal de 59.20), que em 2016 fez parte da equipa queniana que ganhou os Campeonatos do Mundo de Meia-Maratona em Cardiff.
À primeira vista parece complicado que este trio de favoritos bata o recorde mundial de Zersenay Tadese (58.23), mas a prova lisboeta já nos habituou a algumas surpresas… Entre os portugueses, participam os atletas de elite Hermano Ferreira, Rui Pedro Silva, José Moreira, Ricardo Ribas e Rui Teixeira. Campeãs olímpicas e mundiais É no setor feminino que se verifica a presença de mais estrelas de renome internacional, com destaque para as quenianas Jemima Jelagat Sumgong (atual campeã olímpica da maratona) e Vivian Cheruiyot (atual campeã olímpica dos 5 mil metros) e a etíope Mare Dibaba, campeã mundial na maratona. Carlos Móia defende mesmo que este é o melhor cartaz feminino de sempre e certamente que este trio estará de olho no recorde do mundo da meia-maratona, na posse da