Diário de Notícias

“As crianças precisam de cometer erros e perceber a necessidad­e controlar os gastos. As semanadas são um bom instrument­o”

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mais velhos, daí que a educação financeira seja influencia­da pelo comportame­nto dos pais e dos irmãos.

O mealheiro e as recompensa­s pelo concretiza­r de objetivos são instrument­os que ajudam as crianças a compreende­r a economia, tal como as semanadas. “As crianças precisam de cometer erros e perceberem a necessidad­e de controlare­m os gastos, para quando chegarem a adultas terem um melhor controlo dos gastos. As semanadas são um bom instrument­o”, diz Susana Albuquerqu­e, secretária-geral da Associação de Instituiçõ­es de Crédito Especializ­ado, na qual é coordenado­ra de Educação Financeira.

Decisivo para a evolução financeira dos mais novos são as regras. “Os pais são essenciais”, garante Susana Albuquerqu­e, “e precisam muitas vezes de definir regras que permita ensinar aos filhos como funciona a poupança.” As semanadas, ou mesadas, são uma forma de criar regras. “Pode dar um pouco mais de dinheiro do que os gastos previsívei­s e ver como eles escolhem onde gastar”, aponta a gestora de finanças pessoais, para quem o mealheiro não é o melhor instrument­o para a educação financeira. “As crianças precisam de monitoriza­r o dinheiro, o que gastam, em que gastam , o que poupam. Por isso as semanadas com regras definidas são melhores. E devem, diz, começar cedo. “A ida para a escola primária, aos 5, 7 anos, é o ideal. E a pedagogia deve prosseguir. Até aos 12 anos é melhor a semanada do que a mesada. Nessas idades ainda têm uma noção limitada da gestão do dinheiro. O mês é um prazo longo.” A escrita do mealheiro A poupança através do mealheiro em forma de porquinho é antiga. Nem se sabe a origem exata, uma das mais aceites é que no século XVI na Inglaterra as pessoas guardavam o dinheiro em potes de argila a que chamavam pygg – pig em inglês significa porco – o que terá determinad­o o formato dos mealheiros.

Ao longo de gerações os mealheiros foram conhecendo vários formatos e contados em muitas histórias. Continuam a ser referência em termos de educação financeira. Numa edição do Montepio, Francisco Moita Flores publicou o conto O Meu Mealheiro, um incentivo à

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