Diário de Notícias

Pyongyang lança foguetão que marca “nova etapa”

COREIA DO NORTE Lançamento coincidiu com a presença do secretário de Estado dos EUA em Pequim, onde foi elogiado por Xi Jinping

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A Coreia do Norte anunciou ontem o lançamento com sucesso de um foguetão que marca o início de uma “nova etapa” da sua indústria neste setor. Os foguetões podem ser facilmente transforma­dos em mísseis com capacidade para transporte de ogivas nucleares e o regime de Pyongyang tem vindo a multiplica­r os lançamento­s desde que Kim Jong-un chegou ao poder desde finais de 2011.

Segundo a agência oficial norte-coreana, Kim terá dito estar-se “perante um feito de significad­o histórica” e que, “em breve, o mundo verá o que representa a grande vitória hoje [domingo] alcançada”. Peritos pensam que o lançamento de ontem antecipa um teste de um míssil balístico interconti­nental, com capacidade para atingir os EUA, algo que Pyongyang reivindica ter capacidade para fazer

O lançamento do novo tipo de foguetão, alegadamen­te para o transporte e colocação em órbita de satélites, coincidiu com o final da visita do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, a Pequim. Na capital chinesa, o responsáve­l pela diplomacia americana manteve contacto com o seu homólogo e foi recebido pelo presidente Xi Jinping, que lhe dispensou vários elogios. Elogios estes que resultaria­m de uma atitude mais pragmática de Tillerson em manifestar publicamen­te algumas concessões às posições de Pequim, em retorno de outros resultados alcançados de forma discreta. Um desses resultados seria, certamente, a questão da Coreia do Norte, em que os EUA e a China se compromete­ram a trabalhar em conjunto para levar Pyongyang a adotar “um rumo diferente”.

Antes de chegar a Pequim, Tillerson teve palavras muito duras para com a Coreia do Norte. Falando na capital sul-coreana, Seul, o secretário de Estado fez notar que “está na mesa” a opção militar se Pyongyang incorrer em algo que ponha em risco a segurança da Coreia do Sul.

Washington tem-se esforçado para que Pequim adote uma posição mais firme face ao regime de Kim Jong-un e ao programa nuclear e balístico que Pyongyang tem desenvolvi­do nas últimas duas décadas. A.C.M.

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