A visita a Angola é quando Angola quiser
Esteve recentemente em Angola, entre outras coisas, também para preparar a deslocação de António Costa àquele país. Acha que a visita oficial do primeiro-ministro português poderá realizar-se antes das eleições angolanas? Depende das autoridades angolanas. Portanto, neste momento não tem ainda, sequer, uma data indicativa da possível deslocação de António Costa a Luanda. Neste momento, chegámos a acordo sobre a necessidade dessa visita. A parte portuguesa propôs várias datas. Aguarda uma resposta das autoridades angolanas. Sendo que, devo dizer, compreendo que Angola queira tempo para responder. E se a visita se fizer depois das eleições, com um novo executivo, isso para nós não constitui nenhum problema. Entendemos que a importância dos temas justifica que ela possa fazer-se no mais breve espaço de tempo possível, que seja conveniente para as partes. José Eduardo dos Santos já não será candidato a Presidente da República. João Lourenço é o homem que o MPLA apresentará a essas eleições. Queria só, também, aferir a sua expectativa: se acha que está garantida alguma continuidade na política angolana ou o que é que, na sua expectativa, poderá vir a mudar no futuro, nomeadamente no relacionamento com Portugal, como é óbvio. Compreenda que a minha resposta a essa pergunta é: eu sei que estão marcadas eleições em Angola. O governo português não é parte nessas eleições e trabalhará com quem o povo angolano escolher. De qualquer maneira, João Lourenço reconheceu, há dias, que as relações entre Lisboa e Luanda estão frias. A pergunta é: como é que se regressa à normalidade? Deixando o tempo correr? Trabalhando normalmente, mantendo os canais de comunicação abertos e continuando empenhados na agenda que seja de interesse comum. As relações bilaterais constroem-se muito na exploração dos interesses comuns. Há muitos interesses comuns entre Angola e Portugal.