Diário de Notícias

“Foi uma vitória incrível, uma corrida fantástica. Ver todas aquelas bandeiras da Ferrari a esvoaçar [nas bancadas] foi excelente”

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Desta vez não houve erros de estratégia. A Ferrari foi mais rápida e calculista e 553 dias depois voltou a vencer um Grande Prémio de Fórmula 1: aconteceu ontem na Austrália, com SebastianV­ettel a abalar a hegemonia da Mercedes, alimentand­o a esperança de uma época de 2017 mais equilibrad­a e competitiv­a e do que as três anteriores.

“Já não era sem tempo”, disse o presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, após o alemão Sebastian Vettel terminar o Grande Prémio da Austrália, realizado em Melbourne, com 9,975 segundos de avanço sobre o britânico Lewis Hamilton e 11,250 de vantagem sobre o finlandêsV­alterri Bottas (ambos da Mercedes). “Estou encantado pela equipa e pelos tiffosi, que se mantiveram ao nosso lado durante todo este período. Estávamos à espera desta vitória há quase ano e meio.Voltar a ouvir o hino italiano no pódio foi muito emocionant­e”, frisou o líder da escuderia transalpin­a em comunicado.

O entusiasmo era justificad­o. A lendária construtor­a italiana – que não conquista o mundial de pilotos desde 2007 e o de construtor­es desde 2008 – não vencia uma corrida desde o dia 20 de setembro de 2015, quando Sebastian Vettel ganhou o Grande Prémio de Singapura. Mais: nas últimas três temporadas, de domínio absoluto da Mercedes, só celebrou o triunfo por três ocasiões (todas em 2015).

No entanto, desta vez tudo correu bem aos carros do cavallino rampante, que em 2016 perderam a prova australian­a devido a um erro de estratégia. SebastianV­ettel, mais rápido, prolongou a estada em pista já depois de Hamilton ter ido às boxes (para reabasteci­mento e troca de pneus). E essa opção foi decisiva: o alemão conseguiu regressar à pista na frente do britânico e ficou lançado para uma vitória tranquila.

“Tentámos manter Hamilton sempre sob pressão para o impedir de descolar. Foi por isso que acabou por fazer uma condução defensiva e que parou mais cedo nas boxes. Arriscou ficar parado no trânsito e isso funcionou para nós. Não teve sorte, mas fomos nós que o empurrámos para as boxes”, resumiu, no fim, SebastianV­ettel, que regressa à

Sebastian Vettel é o rosto da euforia da Ferrari após o regresso às vitórias no Mundial de Fórmula 1 liderança do mundial de pilotos pela primeira vez desde que se sagrou tetracampe­ão (2010-2013) ao serviço da Red Bull.

“Foi uma vitória incrível, uma corrida fantástica. Todos na equipa trabalhara­m como loucos para conseguirm­os isto. E ver todas aquelas bandeiras da Ferrari a esvoaçar [nas bancadas] nas últimas vinte voltas foi excelente”, disse o piloto alemão, de 29 anos, que alcançou a 43.ª vitória da carreira. No entanto, apesar do entusiasmo – a escuderia também não triunfava no Grande Prémio de abertura da temporada desde 2010 –,Vettel pôs travão na euforia. “Isto é apenas o começo. Temos um longo caminho pela frente”, concluiu.

Ora, essa também é a perspetiva na Mercedes. “Hoje, algumas coisas não funcionara­m bem, mas vou trabalhar para mudar isso já na próxima corrida. Fomos rápidos o suficiente para vencer, mas infelizmen­te o tráfego mudou o resultado...”, apontou Hamilton. “Após uma corrida não se pode dizer que exista uma nova ordem no Mundial. É um facto que a Ferrari está muito rápida, mas foi só a primeira corrida. Temos de aprender as lições de hoje”, disse, por sua vez, TotoWolff, diretor da equipa alemã, atual tricampeã de pilotos e de construtor­es.

De resto, apesar das expectativ­as de que a Ferrari possa acabar com a monotonia das últimas temporadas, há coisas que parecem não ter mudado na nova época: a McLaren continua bem longe da concorrênc­ia. O novato StoffelVan­doorne acabou em 13.º e último lugar, a duas voltas de Vettel. E Fernando Alonso foi um dos sete pilotos obrigados a desistir devido a problemas mecânicos – outro deles foi Daniel Ricciado, deixando MaxVerstap­pen como o melhor Red Bull (5.º).

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