ESTATÍSTICAS Fizemos as contas para depois do clássico
Toni e Jaime Magalhães consideram que o jogo de sábado nada decide e dizem que o Sporting terá papel importante
O clássico Benfica-FC Porto disputa-se sábado (20.30 horas) no Estádio da Luz quando faltam oito jornadas para o final da Liga e numa altura em que há apenas um ponto a separar as duas equipas. Uma diferença curta, que reforça a ideia de que o vencedor deste duelo escaldante pode receber um importante embalo psicológico para o título.
É essa a ideia transmitida ao DN por Toni e Jaime Magalhães, figuras históricas de Benfica e FC Porto que analisam quais as consequências deste clássico no desfecho da Liga. O antigo capitão e treinador dos encarnados acredita que, independentemente do resultado que se verificar na Luz, “ainda não haverá campeão”. Uma convicção que resulta do que poderá ser a interferência do Sporting. “Se o Benfica vencer, ficará com uma importante almofada de quatro pontos para as sete jornadas que ficam a faltar”, admite Toni, explicando que “essa vantagem pode diluir-se nas semanas seguintes” com a visita da equipa de Rui Vitória a Alvalade.
Toni defende que o empate “deixará tudo na mesma” e “beneficia o Sporting que fica mais próximo da frente”. Aliás, os leões não são descartados pelo antigo futebolista da corrida pelo título. Já no cenário de derrota do Benfica “permitirá ao FC Porto ficar com uma janela aberta para o título”, pois em sua opinião “beneficiará do conforto psicológico que o vencedor do clássico terá”. Ainda assim, considera que “essa janela para o título não ficará aberta para o Benfica porque ainda terá de ir a Alvalade, para um dérbi onde tudo pode acontecer”.
Ou seja, para Toni, “quem perder ficará enfraquecido, embora não fique afastado do título”, mas os dois rivais terão de ter a consciência de que “a perda de qualquer ponto neste último terço tornar-se-á irrecuperável, pois o tempo será cada vez mais curto para recuperar”.
No percurso do Benfica após o clássico, Toni coloca o dérbi com o Sporting como a maior dificuldade, mas avisa que “ainda irá a Vila do Conde defrontar um Rio Ave de qualidade e irá visitar um Boavista que tem crescido muito”. Isto para já não falar da “sempre perigosa” receção ao V. Guimarães.
A visão de Jaime Magalhães relativamente à luta pelo título não difere muito da de Toni. O antigo extremo do FC Porto admite que “uma vitória na Luz será praticamente decisiva”, apesar de o calendário ser “mais difícil” para os dragões. Até porque no horizonte dos encarnados a visita a Alvalade é um obstáculo enorme que alimenta a esperança portista. “O empate na Luz não seria mau, pois ficaria tudo igual, o FC Porto manter-se-ia a um ponto do líder e ficaria na expectativa de o Benfica não conseguir um bom resultado em Alvalade”, assume.
O cenário de derrota leva Jaime Magalhães a dizer que será praticamente fatal para o seu FC Porto. “Ficaria tudo mais difícil, uma vez que quatro pontos de vantagem seriam uma importante injeção de confiança para o Benfica, mesmo tendo pela frente ainda a visita ao Sporting”, sublinha, deixando uma certeza: “Não estou a ver o Benfica a desperdiçar uma vantagem desse género, até por
“Se o Benfica vencer, ficará com uma importante almofada de quatro pontos, mas essa vantagem ainda poderá diluir-se”
“A equipa que perder o clássico ficará mais enfraquecida, embora não fique afastada do título”
“Uma vitória do FC Porto na Luz será praticamente decisiva, apesar de ter o calendário mais difícil até ao final da Liga”
“Vamos ver se o FC Porto tem o estofo necessário para se assumir como líder do campeonato”
aquilo que tem jogado e pela equipa que tem.”
O antigo extremo campeão europeu de 1987 encara, no entanto, o jogo com o Benfica no Estádio da Luz como o verdadeiro teste à equipa de Nuno Espírito Santo. “Vamos ver se o FC Porto tem o estofo necessário para se assumir como líder do campeonato”, frisou.
Já no que diz respeito ao calendário que os dragões terão pela frente após o duelo na Luz, Jaime Magalhães considera que “as visitas a Braga e à Madeira para defrontar o Marítimo são as mais complicadas”, mas deixa o aviso para aquilo que, tradicionalmente, são as últimas rondas: “Como se viu na jornada anterior, no FC Porto-V. Setúbal, as equipas fecham-se muito quando jogam com os grandes e, como são mais fracas, aproveitam-se, e bem, do antijogo para tentar ganhar pontos.”
Independentemente do desfecho do clássico do próximo sábado, parece certo que as sete jornadas que ficam a faltar serão escaldantes, pelo que teremos campeonato até à última gota de suor.