Diário de Notícias

ESTATÍSTIC­AS Fizemos as contas para depois do clássico

Toni e Jaime Magalhães consideram que o jogo de sábado nada decide e dizem que o Sporting terá papel importante

- CARLOS NOGUEIRA

O clássico Benfica-FC Porto disputa-se sábado (20.30 horas) no Estádio da Luz quando faltam oito jornadas para o final da Liga e numa altura em que há apenas um ponto a separar as duas equipas. Uma diferença curta, que reforça a ideia de que o vencedor deste duelo escaldante pode receber um importante embalo psicológic­o para o título.

É essa a ideia transmitid­a ao DN por Toni e Jaime Magalhães, figuras históricas de Benfica e FC Porto que analisam quais as consequênc­ias deste clássico no desfecho da Liga. O antigo capitão e treinador dos encarnados acredita que, independen­temente do resultado que se verificar na Luz, “ainda não haverá campeão”. Uma convicção que resulta do que poderá ser a interferên­cia do Sporting. “Se o Benfica vencer, ficará com uma importante almofada de quatro pontos para as sete jornadas que ficam a faltar”, admite Toni, explicando que “essa vantagem pode diluir-se nas semanas seguintes” com a visita da equipa de Rui Vitória a Alvalade.

Toni defende que o empate “deixará tudo na mesma” e “beneficia o Sporting que fica mais próximo da frente”. Aliás, os leões não são descartado­s pelo antigo futebolist­a da corrida pelo título. Já no cenário de derrota do Benfica “permitirá ao FC Porto ficar com uma janela aberta para o título”, pois em sua opinião “beneficiar­á do conforto psicológic­o que o vencedor do clássico terá”. Ainda assim, considera que “essa janela para o título não ficará aberta para o Benfica porque ainda terá de ir a Alvalade, para um dérbi onde tudo pode acontecer”.

Ou seja, para Toni, “quem perder ficará enfraqueci­do, embora não fique afastado do título”, mas os dois rivais terão de ter a consciênci­a de que “a perda de qualquer ponto neste último terço tornar-se-á irrecuperá­vel, pois o tempo será cada vez mais curto para recuperar”.

No percurso do Benfica após o clássico, Toni coloca o dérbi com o Sporting como a maior dificuldad­e, mas avisa que “ainda irá a Vila do Conde defrontar um Rio Ave de qualidade e irá visitar um Boavista que tem crescido muito”. Isto para já não falar da “sempre perigosa” receção ao V. Guimarães.

A visão de Jaime Magalhães relativame­nte à luta pelo título não difere muito da de Toni. O antigo extremo do FC Porto admite que “uma vitória na Luz será praticamen­te decisiva”, apesar de o calendário ser “mais difícil” para os dragões. Até porque no horizonte dos encarnados a visita a Alvalade é um obstáculo enorme que alimenta a esperança portista. “O empate na Luz não seria mau, pois ficaria tudo igual, o FC Porto manter-se-ia a um ponto do líder e ficaria na expectativ­a de o Benfica não conseguir um bom resultado em Alvalade”, assume.

O cenário de derrota leva Jaime Magalhães a dizer que será praticamen­te fatal para o seu FC Porto. “Ficaria tudo mais difícil, uma vez que quatro pontos de vantagem seriam uma importante injeção de confiança para o Benfica, mesmo tendo pela frente ainda a visita ao Sporting”, sublinha, deixando uma certeza: “Não estou a ver o Benfica a desperdiça­r uma vantagem desse género, até por

“Se o Benfica vencer, ficará com uma importante almofada de quatro pontos, mas essa vantagem ainda poderá diluir-se”

“A equipa que perder o clássico ficará mais enfraqueci­da, embora não fique afastada do título”

“Uma vitória do FC Porto na Luz será praticamen­te decisiva, apesar de ter o calendário mais difícil até ao final da Liga”

“Vamos ver se o FC Porto tem o estofo necessário para se assumir como líder do campeonato”

aquilo que tem jogado e pela equipa que tem.”

O antigo extremo campeão europeu de 1987 encara, no entanto, o jogo com o Benfica no Estádio da Luz como o verdadeiro teste à equipa de Nuno Espírito Santo. “Vamos ver se o FC Porto tem o estofo necessário para se assumir como líder do campeonato”, frisou.

Já no que diz respeito ao calendário que os dragões terão pela frente após o duelo na Luz, Jaime Magalhães considera que “as visitas a Braga e à Madeira para defrontar o Marítimo são as mais complicada­s”, mas deixa o aviso para aquilo que, tradiciona­lmente, são as últimas rondas: “Como se viu na jornada anterior, no FC Porto-V. Setúbal, as equipas fecham-se muito quando jogam com os grandes e, como são mais fracas, aproveitam-se, e bem, do antijogo para tentar ganhar pontos.”

Independen­temente do desfecho do clássico do próximo sábado, parece certo que as sete jornadas que ficam a faltar serão escaldante­s, pelo que teremos campeonato até à última gota de suor.

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JAIME MAGALHÃES ANTIGO FUTEBOLIST­A DO FC PORTO
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TONI ANTIGO CAPITÃO E TREINADOR DO BENFICA
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O benfiquist­a Pizzi e o portista Óliver Torres serão peças-chave do meio-campo das duas equipas no clássico do próximo sábado no Estádio da Luz

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