Moreno vence no Equador mas Lasso exige recontagem
Ex-vice-presidente de Rafael Correa teve 51,2% dos votos. Adversário apelou aos apoiantes para defenderem o voto nas ruas
O candidato da esquerda equatoriana, Lenín Moreno, festejou ontem a vitória nas presidenciais de domingo com 51,2% dos votos, mas o adversário, Guillermo Lasso, exige uma recontagem. O ex-banqueiro pensava ter ganho, com base numa sondagem à boca das urnas (outra dava a sua derrota), e quando surgiram os primeiros resultados apelou aos apoiantes para que fossem para as ruas.
“Com esta manipulação estão a promover confrontos, orquestrados pela ditadura de um só partido, o povo não vai permitir que se altere a sua vontade. Sairemos às ruas para exigir a recontagem dos votos”, afirmou Lasso. Esperava-se que os resultados demorassem vários dias (como aconteceu na primeira volta de fevereiro), mas a contagem foi mais rápida do que o esperado e dava a vitória ao candidato da Aliança País. O ex-vice-presidente (2007 e 2013), paraplégico desde 1998 após um assalto, foi enviado especial da ONU para os deficientes antes de voltar à política equatoriana.
“Com o coração nas mãos, agradeço a todos os que votaram em paz e harmonia. Serei o presidente de todos e vocês vão ajudar-me”, escreveu no Twitter. “Queremos um governo que começa com um apelo a todos para um diálogo fraternal. A mão estendida para quem a quiser apertar”, afirmou Moreno, que sucede a 24 de maio a Rafael Correa. No poder há uma década, o presidente tinha nesta eleição um escrutínio à sua Revolução Cidadã numa altura de recessão económica. A esquerda latino-americana apressou-se a celebrar a vitória, após desaires na Argentina, no Brasil e no Peru.