Diário de Notícias

PS vota contra exoneração do governador Carlos Costa

Plenário da Assembleia da República discute hoje 12 iniciativa­s legislativ­as, metade das quais do CDS. Bloco recomenda às Finanças que exonerem governador

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Das seis iniciativa­s legislativ­as do CDS é provável que só passe uma, a que impõe concursos na escolha dos diretores do Banco de Portugal

O PS já qualificou o governador do Banco de Portugal como um “ativo tóxico” ( João Galamba num debate na TSF em maio passado), mas hoje, no Parlamento, votará contra um projeto de resolução do Bloco de Esquerda em que se recomenda ao governo que exonere Carlos Costa.

O sentido de voto foi ontem confirmado ao DN por fontes da direção parlamenta­r do PS, que argumentar­am que o Parlamento não tem competênci­as numa nomeação (e, por maioria de razão, numa demissão) que é legalmente da responsabi­lidade do governo.

Carlos Costa dirige o supervisor bancário desde junho de 2010 – nomeação do segundo e último governo de José Sócrates – mas caiu em desgraça junto dos socialista­s com o colapso do BES (agosto de 2014). Para o PS e para toda a esquerda, Carlos Costa tem fortes responsabi­lidades e ontem o BE, através de Mariana Mortágua, relembrou velhas acusações para justificar este projeto de resolução (que, mesmo que aprovado – o que não acontecerá –, não teria força vinculativ­a).

Hoje o plenário discute um vasto pacote legislativ­o sobre supervisão bancária. Metade dos diplomas são do CDS, o partido do qual partiu a iniciativa do agendament­o. Ao que o DN apurou, do que depender do PS, só um projeto centrista passará, o que define que os cargos de direção do Banco de Portugal devem passar a ser preenchido­s por concurso.

O BE, por sua vez, repete iniciativa­s que visam, por exemplo, “impedir que os clientes dos bancos sejam levados ao engano” investindo poupanças em produtos que não são mais do que empréstimo­s ao banco. Quer ainda reformar a supervisão juntando numa só entidade a regulação da banca, do sistema financeiro e dos seguros – atualmente repartida por três entidades diferentes. J.P.H.

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