FLAD abre novas pontes para a África lusófona
No Access Africa pode encontrar informação sobre os cinco países de língua portuguesa
O que é preciso para constituir uma empresa em Moçambique? Qual é a divisão administrativa de Angola? Como funciona o sistema político em Cabo Verde? Quais são os mais recentes indicadores económicos dos cinco países africanos de língua portuguesa? Estas são perguntas que agora têm respostas sistematizadas no novo portal Access Africa, lançado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), que a partir de hoje está disponível online no endereço http://accessafrica.flad.pt.
No portal, um cidadão ou um pequeno investidor – principais destinatários – pode encontrar informação atualizada sobre Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. De cada país, é fornecida uma caracterização institucional, informação a economia e a sociedade, infografias com indicadores socioeconómicos recentes, além de entrevistas e artigos de opinião.
“O portal nasce em 2015 quando a FLAD desenhou um regresso a África, após alguns anos de interrupção, com um espaço destinado a divulgar informação institucional nos cinco países de língua portuguesa. Percebemos que oportal podia ganhar uma dimensão maior”, disse ao DN Bruno Ventura, diretor da FLAD e coordenador da FLAD África. O Access Africa começou a ser “preparado há um ano” com muito trabalho de recolha e verificação de informação. O objetivo é ter “sempre notícias atualizadas mas com muita informação que será útil para o cidadão”.
Bruno Ventura afirma que este portal não pretende seguir nenhum modelo já testado a nível internacional. “É um portal adequado à necessidade, a pensar nas pessoas a quem nos dirigimos”, assegura, para admitir, quando questionado sobre se o modelo pode evoluir para um portal mais amplo como o francês Radio France International ou o alemão Deutsche Welle, ambos estatais. “Não é esse o propósito, mas está a começar e não sabemos como terminará. Mas não queremos substituir ninguém”, assegura.
A ligação da FLAD a África não é nova. A sua denominação indica mesmo esse cordão. “O nome da FLAD não surgiu em 1985 por acaso. É luso-americana e não portuguesa-americana”, aponta Bruno Ventura. O retomar da informação sobre países lusófonos africanos já estava em curso na FLAD com o Prémio Literário Eduardo Costley-White, que mais do que consagrar pretende abrir novas perspetivas. Na primeira edição o premiado foi o escritor moçambicano Lucílio Manjate que recebeu o prémio no mês passado.