Peças vindas da China para “o projeto” a sonhar com a Europa
INVENÇÃO “Tentei que as peças fossem feitas em Portugal, mas afinal as peças estão a ser feitas na China”, explica Adelino, de olhos brilhantes. O empresário fica assim quando fala do “projeto”. É assim que chama à criação de uma espécie de máquina de fazer ginástica com rodas que há um ano decidiu tirar do papel para lhe dar vida.
“Escolhi a China porque é mais barato!”, exclama Adelino, que até fala um pouco de mandarim. E sublinha como os chineses são “muito práticos”, enquanto em Portugal “funciona muito por quem conheces”. Uma patente para a América e Canadá custa 25 mil dólares, mas Adelino optou pela de 12 mil. Mesmo se admite que o sonho dele é fazer uma parceria na Europa para vender os direitos do “projeto”. “E eu ficava só com Os royalties!”, exclama, a rir.
Para já, Adelino desconfia do sistema, por isso mandou os planos da sua máquina para os chineses em três partes. “Para eles não saberem o que vai ser o conjunto.” Afinal, “eu preparo-me ao máximo. A pessoa inventa uma coisa mas isso não quer dizer nada”, diz, e explica: “Os chineses não precisam de patente, podem fazer uma máquina e vendê-la aqui no eBay, no Alibaba.”
Na fase de escolha das cores – na imagem a versão cor-de-rosa –, o projeto de Adelino tem ainda de passar pela fase da montagem. “Essa vai ser feita aqui”, explica o empresário para o qual ter sucesso é uma questão de “inovar”. Sentado à mesa do Ipanema, diante do “melhor bitoque de Nova Iorque, vai bebericando o copo de vinho tinto enquanto afirma, cheio de certeza: “A invenção que resulta é a que todos usam, a que todos gostam, que é fácil de fazer e que chega ao mercado facilmente.” Nome para o projeto é que Adelino se recusa a avançar. H.T.