Agroalimentar cresce 3% ao ano na próxima década
O dinamismo da agroindústria promete alcançar, pela primeira vez, um excedente da balança comercial de 3 mil milhões de euros em 2027. Perspetivas que atraem mais investidores O JN, o DN e a TSF vão fazer a radiografia do setor agroalimentar ibérico, entr
O setor agroalimentar vai continuar a crescer a bom ritmo e acima do PIB durante a próxima década. Pela primeira vez, Portugal deverá registar mesmo um excedente da balança de transações da ordem dos 3 mil milhões de euros em 2027.
A estimativa foi avançada por João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), com base num estudo feito no âmbito do Fórum da Competitividade, que projeta uma taxa média de crescimento de 3% ao ano para o setor agroalimentar. Uma perspetiva aliciante tendo em conta que o agroalimentar já regista uma taxa de crescimento que duplica o crescimento do produto interno bruto (PIB).
Aquele responsável falava no arranque da quinta edição da Economia Ibérica “Conversas Soltas”, uma iniciativa conjunta do Banco Popular e do Global Media Group, desta vez focada no setor agroalimentar dos dois países.
No primeiro debate da série de sete, que se repetirá mensalmente até dezembro, o presidente do Banco Popular, Carlos Alvares, reiterou a “aposta fortíssima” da instituição a que preside nesta área de negócio.
“Estamos a crescer em crédito, uma tendência que se manteve mesmo nos anos da crise financeira, contando para isso com grandes profissionais e a entrada de gente nova”, disse Carlos Alvares na sede do Banco Popular, em Lisboa.
Também o CEO do Global Media Group, Vítor Ribeiro, destacou o facto de este ano a iniciativa Economia Ibérica segmentar e selecionar um setor em particular, prometendo fazer, com o contributo do DN, JN e TSF, uma “radiografia do setor agroalimentar ibérico até ao fim do ano”. Sanções à Rússia foram desastre Desafiado pelo moderador do debate, António Perez Metelo, a enquadrar o atual momento da agricultura portuguesa num contexto internacional em constante mutação, desde o brexit às mudanças na administração americana e às sanções económicas à Rússia, o presidente da CAP começou por dizer que “estamos a viver um momento muito favorável no agroalimentar, que tem, ao mesmo tempo, várias razões e várias ameaças”.
Do lado das ameaças, João Machado lembrou o impacto muito negativo que representou a imposição de sanções económicas à Rússia por questões de política internacional.
“As sanções foram dramáticas para nós”, disse o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, destacando o exemplo da pera-rocha. “Estávamos a exportar cerca de 6 mil toneladas de pera-rocha, tendo feito previamente um grande investimento nessa cultura e nesse mercado e mobilizado grandes recursos e, agora, não estamos a exportar nada, porque, entretanto, a Rússia está a importar da América do Sul.”
Um exemplo de que, às vezes, alterações na geopolítica arruínam a estratégia de todo um setor.
O presidente do Banco Popular, Carlos Alvares, reiterou a “aposta fortíssima” no setor agroalimentar, com a concessão de crédito a aumentar