Diário de Notícias

Uma festa (do jazz) para ouvir tudo o que está a acontecer

A 15.ª edição da Festa do Jazz começa hoje no Teatro Municipal São Luiz. João Barradas, João Mortágua e João Pedro Brandão são uma presença habitual e dão as dicas do que não perder

- CÉSAR AVÓ

A 15.ª edição da Festa do Jazz começa hoje e dura até às primeiras horas de segunda-feira no São Luiz. Os músicos João Barradas, João Mortágua e João Pedro Brandão são uma presença habitual e explicam porquê.

Entre lojas de revenda e de armazéns com cartazes em mandarim ouve-se jazz. Incomum, tendo em conta o cenário urbanístic­o decadente, o exotismo da presença chinesa e o vaivém das furgonetas. Mas não é esse maravilhos­o estranhame­nto, essa “noite fora do tempo” (como Julio Cortázar definiu a música de Thelonious Monk) a essência do jazz? O que se ouve é a gravação do disco do contrabaix­ista André Rosinha, no qual João Barradas participa. Cumplicida­des e amizade: tocam juntos há meia dúzia de anos e Rosinha faz parte do grupo Directions, liderado pelo acordeonis­ta, cujo disco foi lançado na semana passada. Mas é noutra pele que João Barradas se apresenta na Festa do Jazz: com o coletivo HOME (sábado, 15.30). “Tem muita influência da música minimal e do rock e muito, muito espaço para improvisaç­ão, que será a parte mais jazzística da estética do grupo”, comenta.

Da Festa do Jazz, que começou a frequentar em adolescent­e, Barradas só encontra elogios: “É um festival enorme, no qual se vê tudo o que está a acontecer”. Já o saxofonist­a João Mortágua destaca o “ambiente bastante saudável entre professore­s, alunos e músicos”. Presença habitual na Festa, vê no domingo (18.00) os seus alunos da Escola Artística do Conservató­rio de Música de Coimbra e às 21.30 toca com o renovado grupo, Janela. “Facto curioso”, aponta Mortágua, estreou-se há dez anos no São Luiz com três dos músicos do quinteto como alunos (vitoriosos) da ESMAE. João Pedro Brandão teve início semelhante, pela mesma escola, em 2006, mas neste ano marca presença apenas enquanto professor do Conservató­rio de Música do Porto, cujos alunos tocam sábado (16.50). “O que é dife- renciador em relação a outros festivais é o envolvimen­to intenso de todas as escolas do país”, nota o saxofonist­a e compositor do Coreto Porta-Jazz e da Orquestra Jazz de Matosinhos. Mas para lá dos concertos das escolas, há uma dúzia de atuações de grupos entre as salas Mário Viegas, Luís Miguel Cintra e o Jardim de Inverno.

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Festa decorre no São Luiz até à madrugada de segunda-feira

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