Diário de Notícias

“Há muito tempo que não tinha a alegria de dizer que ganhámos com nota artística. Fomos muito pressionan­tes”

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Quatro golos, um hat trick de Bas Dost e mais três pontos para a contabilid­ade, cimentando a terceira posição na tabela. O Sporting soube aproveitar as facilidade­s dadas pela defesa do Boavista nos dois primeiros golos para construir um resultado volumoso, numa partida em que, ao contrário do que tem sido habitual neste ano, a equipa não levantou o pé mesmo quando a vantagem já era larga e o vencedor definido. E ainda deu para fazer regressar Adrien e estrear Francisco Geraldes em Alvalade, naquela que foi a quarta vitória leonina consecutiv­a, que iguala a melhor série da temporada.

Pela primeira vez nesta época em jogos da Liga, o Sporting entrou em campo sem Gelson Martins, que sofreu um toque em Arouca e não recuperou. Para o seu lugar, Jesus escolheu o irrequieto Daniel Podence, e não se deve ter arrependid­o – há ali muito talento, falta apenas um pouco de definição –, isto numa partida que marcou o regresso de Adrien Silva aos convocados – o capitão começou o encontro no banco mas entrou aos 63’, pouco antes do quarto golo leonino. Do lado axadrezado, e como se não bastasse o impediment­o regulament­ar de Iuri Medeiros – que tem sido um dos melhores jogadores da equipa –, Miguel Leal ficou ainda sem o guarda-redes titular Vágner no aqueciment­o. De qualquer forma, não foi pelo homem da baliza que o Boavista se perdeu, mas sim pelos seus colegas de defesa, que começaram a meter água logo no primeiro minuto, quando permitiram que Podence fosse ganhar um lançamento de linha lateral numa bola que parecia perdida, e não pararam até tudo estar perdido. Aliás, na sequência desse lance, Bruno César pôs Meira à prova, com um remate de fora da área que o guarda-redes só conseguiu desviar para canto – no qual, aliás, Coates esteve perto de inaugurar o marcador. “Passa-passa” em ação A partir daí, o Sporting continuou a dominar e a controlar as operações, embora sem grande intensidad­e.

William Carvalho e o Sporting têm andado às cavalitas de Bas Dost, o melhor goleador da Europa O “chuta-chuta”, que ontem foi também um “passa-passa”, voltou a ameaçar, de cabeça, mas foi preciso nova asneira da defesa nortenha para que o 1-0 surgisse, à passagem do 20.º minuto: Talocha perdeu a bola para Podence na saída da sua zona recuada e este lançou Schelotto, que teve a clarividên­cia de centrar atrasado para a entrada da área, onde Alan Ruiz surgiu a fuzilar o guarda-redes contrário. Foi o sétimo golo do argentino, que está a fazer uma segunda volta inspirada e igualou assim o seu melhor registo ao serviço do Cólon.

Se o primeiro golo resultou de um erro individual, o segundo não lhe ficou atrás. Bruno César só teve de apanhar a bola, correr e, com Meira pela frente, oferecer o golo a Bas Dost, que com a baliza ao seu dispor só teve de empurrar. Ainda antes do intervalo, Podence podia ter feito o terceiro, mas quis dar a bola a Bryan Ruiz e o lance só resultou num canto.

Se Miguel Leal tinha esperanças de ainda discutir o jogo, tudo ruiu bem cedo no segundo tempo. Manuel Mota viu uma falta de Bukia sobre Bruno César (que pareceu inexistent­e) e assinalou penálti, com Bas Dost a converter sem dificuldad­es. O 3-0 arrumou definitiva­mente a questão e ainda houve tempo para mais uma série de ocasiões junto da baliza boavisteir­a, com uma delas a resultar em golo: de novo o holandês a concretiza­r sem problemas, após novo passe de Bruno César, que ganhara posição em velocidade ao defesa visitante.

Bas Dost chegou aos 27 golos na Liga, apanhou Messi na liderança da Bota de Ouro e, a seis jogos do final da prova, já marcou tantos como o argelino Islam Slimani na época passada.

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