Diário de Notícias

Seis medalhas em seis anos. Henrique é bom de contas

Aluno de Lisboa venceu prova das Olimpíadas e agora irá ao Rio de Janeiro

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Ministro da Educação e três medalhados, com Henrique ao centro

MIGUEL MARUJO Uma, duas, três medalhas de ouro – e outra de bronze e duas de prata. É uma conta simples de fazer: são seis medalhas para um só aluno, em seis anos consecutiv­os de Olimpíadas da Matemática, um feito inédito ontem sublinhado pela Sociedade Portuguesa da Matemática (SPM).

Henrique Navas é o jovem estudante de quem se fala, o aluno da Escola Secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, que obteve ontem, na Escola Emídio Navarro, em Viseu, a sua terceira medalha de ouro, a sexta do currículo, que agora o levará ao Rio de Janeiro, no Brasil, para disputar as Olimpíadas Internacio­nais de Matemática.

É a própria SPM que sublinha o historial de Henrique Miguel de Andrade Campos Navas: “Desde 2012, ano da sua primeira participaç­ão, este aluno da Escola Secundária D. Filipa de Lencastre, agora no 12.º ano, conquistou três medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze”, indicando que a prova deste ano – que decorreu desde quarta-feira até ontem – é “o culminar de vários anos de treino e empenho, já que no próximo ano Henrique Navas ingressará no ensino superior”.

Tímido nas respostas, Henrique confessou ao DN (na edição de sexta-feira) que não sabe bem ainda o que quer fazer na universida­de. “Ainda estou a ponderar. O que me apetecia mesmo fazer era continuar a estudar Matemática”, admitiu, ele que conta com um percurso escolar brilhante.

O bichinho vem de longe, contou ao DN. “Sempre gostei de matemática. Ao início, como tenho um irmão mais velho, pedia-lhe para me explicar algumas coisas. Depois continuei a querer aprender.” Um interesse que não bebeu nos progenitor­es. “Os meus pais não são da área, não é uma coisa que me tenham tentado incutir.”

Ontem, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, almoçou com os vencedores, depois das Olimpíadas em que participar­am 90 estudantes, do 6.º ao 12.º anos. Houve 37 medalhados, nove deles com ouro, nas três categorias da prova.

Henrique Navas, que o DN não conseguiu contactar ontem, já tinha antecipado nas páginas do jornal como se distinguem os testes da escola e os exercícios destes dias. “Nas provas da escola as coisas são um pouco mais mecânicas. Aqui, é claro que é preciso perceber para conseguir resolver o problema. É preciso fazer bem todos os passos”, contou. “Muitas vezes, para resolver, é preciso ter uma ideia nova.”

A SPM assinalou ainda que neste ano “o género feminino” alcançou nove medalhas, “algo que não é costume nesta competição”. E destacou de forma especial “as meninas da Categoria A [8.º e 9.º anos], que ‘limparam’ metade dos galardões: seis em 12”.

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