Aviões de combate de quinta geração e mais além
ARMAS O F-22 ou o F-35 são invisíveis ao radar mas dispendiosos. No futuro, drones poderão cumprir muitas das suas missões
Os aviões de combate de quinta geração estão no centro de um debate nos EUA em que se interroga se aparelhos como o F-22 e o F-35 são as plataformas de armas mais adequadas para as missões na atualidade e, principalmente, no futuro. Um futuro em que aviões não tripulados (drones) e outras armas se antecipam com um papel cada vez mais relevante. E mais económico.
Dado a reter, o custo unitário de um F-22, 340 milhões de dólares (320 milhões de euros) ou de um F-35, cerca de 130 milhões de dólares (292 milhões de euros) levou a que a média de aquisições de aparelhos tenha caído de mais de 200 unidades, nas décadas de 80/90, para menos de 30 nas décadas seguintes. E se o custo é um dado fundamental, outro aspecto do debate incide no facto de as tecnologias em questão terem origem nos anos 1990 – ou seja, há mais de duas décadas.
Mas tecnologia que garante, ainda hoje, no F-22 e no F-35 uma indiscutível superioridade sobre outros aparelhos e sistemas de defesa, o desenvolvimento de programas como o do drone de combate XQ222, projecto da Kratos Defense & Security Solutions Inc. Em fase experimental, o XQ-222 coloca a possibilidade de, no futuro, aviões não tripulados terem um grau de autonomia e equipamento que permitiria a utilização num grande número de missões, muitas delas entregues a aparelhos tripulados, lia-se em fevereiro na AviationWeek.
O XQ-222 tem um custo estimado de três milhões de dólares e uma autonomia de voo de mais de dois mil quilómetros e com capacidade de transporte de bombas até 230 quilos, ou mais (com redução na carga de combustível). Elementos a que acresce a descolagem e aterragem na vertical, uma importante vantagem tática.
No entanto, aparelhos como o F-22, cuja utilização está restringida às forças armadas dos EUA, ou o F-35 desempenham missões para as quais não existem substitutos imediatos enquanto plataformas de armas, suscetíveis de múltiplos usos e pelos diferentes ramos. Invisível ao radar, o F-22 está orientado para garantir a superioridade indiscutível no combate aéreo e em missões de bombardeamento. Tal como o F-35. “Este pode voar diretamente da Coreia do Sul até à capital da Coreia do Norte e ninguém neste país sabe que está no ar, mas é preciso um piloto”, explicava recentemente ao Defense News um analista. Um responsável do Pentágono dizia em julho de 2016 à mesma publicação: “Ainda não está na hora de construir um avião que voe sozinho”. A.C.M.