Diário de Notícias

“Vamos para a greve empurrados pelo ministério”

SAÚDE Sindicatos médicos avançam com dois dias de greve a 10 e 11 de maio. Reposição das horas extra foi a gota de água para a decisão

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Os dois sindicatos médicos anunciaram ontem uma greve para os dias 10 e 11 de maio. A Ordem está solidária e apela ao ministro da Saúde que procure consensos. A próxima reunião entre os sindicatos e o Ministério da Saúde está marcada para dia 19 deste mês.

“O descontent­amento é generaliza­do.Vamos para a greve, para esta forma de luta extrema empurrados pelo Ministério da Saúde”, disse ao DN Mário Jorge Neves, presidente da Federação Nacional do Médicos (FNAM). A mesma posição é transmitid­a pelo secretário-geral do Sindicato Independen­te dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha: “Há mais de um ano que andamos a sensibiliz­ar o governo, o Parlamento, a opinião pública, para a necessidad­e de defender o SNS e os seus profission­ais. Em vez disso o ministério contratou mais de 100 milhões de horas de prestação de serviços.”

A greve está marcada para os dias 10 e 11 de maio. A primeira paralisaçã­o médica do atual ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes. “A greve é fruto de uma situação decorrente de estarmos há um ano sem resultados negociais palpáveis e sem que se tenha resolvido os problemas agudos das condições de trabalho dos médicos e do SNS”, disse Mário Jorge Neves, afirmando que a reposição das horas extra é uma das medidas no pacote que está por resolver e foi a gota de água: “O ministério compromete­u-se a fazer a reposição em duas tranches:1 de março e 1 de julho. Agora a segunda tranche passou para 1 de dezembro. O pretexto foi que como tinham de pagar a todos os médicos tiveram de adiar o pagamento a 100%. Foi a gota que fez transborda­r um copo já cheio.”

“A Ordem acha que existem motivos que justificam a greve por parte dos médicos. Existe uma excessiva pressão na relação médico-doente, excesso de utentes na lista dos médicos de família, falta dignidade nas urgências. Se queremos manter o SNS temos de lutar por ele”, afirma Miguel Guimarães, bastonário dos médicos, que deixou um apelo ao ministro: “Que procure consensos no sentido de evitar a greve e que apresente resoluções para alguns problemas.” ANA MAIA

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