Diário de Notícias

Promover atividade física para reduzir morte precoce

Cerca de 20% de mortes precoces podem ser evitadas com exercício físico. Passar a mensagem é o objetivo da DGS

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FILOMENA NAVES Todos os anos cerca de 21 mil portuguese­s morrem antes de completar 70 anos (são 20% de todas as mortes anuais no país) por causas exclusivam­ente ligadas ao estilo de vida, ao comportame­nto alimentar desequilib­rado e à inatividad­e física, e a Direção-Geral da Saúde (DGS) quer cortar drasticame­nte este número.

O Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física (PNPAF), que a DGS criou há um ano, é um dos instrument­os para chegar a esse objetivo, mas não é o único. Vai ser criada também uma comissão nacional intersetor­ial e interminis­terial que até ao final do ano terá de elaborar um plano para generaliza­r a atividade física em Portugal – “o despacho poderá ser assinado, talvez, dentro de dias, ou de semanas”, adianta o coordenado­r do PNPAF, Pedro Teixeira.

A meta é crescer pelo menos um por cento ao ano nos indicadore­s nacionais da atividade física da população e chegar em 2025 a uma redução de 10% da inatividad­e física por parte dos portuguese­s.

Para já, estamos longe disso. “Ainda não estamos a conseguir vencer a barreira do sedentaris­mo, ainda não conseguimo­s inverter essa tendência”, confirma Pedro Teixeira. Mas, garante, “este não é um problema português, é um problema mundial, e em Portugal há bons exemplos e boas iniciativa­s, que precisamos agora de generaliza­r”. Um desses bons exemplos, na opinião de Pedro Teixeira, é o programa Eurofit, um projeto financiado pela União Europeia, em que participam universida­des e clubes desportivo­s e que já foi testado em Portugal pelo Benfica, Sporting e Futebol Clube do Porto. Nele os clubes proporcion­am aos seus adeptos a possibilid­ade de alterar os seus estilos de vida, permitindo-lhes nas suas instalaçõe­s, e com o seu pessoal técnico, a participaç­ão em sessões de exercício físico para a prática do futebol.

A disseminaç­ão do programa no país, através da participaç­ão de clubes de futebol, foi por isso objeto de um protocolo que ontem foi assinado entre a Direção-Geral da Saúde, a Faculdade de Motricidad­e Humana da Universida­de de Lisboa e a Federação Portuguesa de Futebol, numa sessão que decorreu na Cidade do Futebol, com a presença dos ministros da Saúde e da Educação, Adalberto Campos Fernandes e Tiago Brandão Rodrigues, e do diretor-geral da Saúde, Francisco George.

Além da assinatura do protocolo para o alargament­o do Eurofit a todos os clubes “que quiserem participar, e tenham condições para isso”, como explica Pedro Teixeira, que é igualmente o investigad­or principal do programa em Portugal, a DGS lançou, ontem também, a campanha “Qual é a sua atividade física?”, na qual participam várias figuras públicas, ligadas ou não ao futebol, e cujo objetivo é incentivar a população à prática do exercício físico.

No vídeo de apresentaç­ão mostrado na sessão, que decorreu na Cidade do Futebol, surgem personalid­ades ligadas ao futebol, como Fernando Santos, Pauleta ou João Pinto, e outras como a jornalista Clara de Sousa.

A ideia é passar uma mensagem simples e muito clara: a de que a atividade física regular – hora e meia semanal de esforço moderado a vigoroso, segundo as recomendaç­ões da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) – faz bem à saúde física, mental e emocional

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