Diário de Notícias

Há fósseis com 150 milhões de anos em Pombal

Equipa lusa-espanhola descobre elementos fossilizad­os de dinossauro­s e tartarugas

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Uma equipa de paleontólo­gos portuguese­s e espanhóis descobrira­m um conjunto de fósseis de dinossauro­s e de tartarugas com cerca de 150 milhões de anos na região de Pombal. Os investigad­ores irão agora tratar das descoberta­s para que possam ser conservada­s e preparam já uma nova escavação a decorrer nos próximos meses.

Estas descoberta­s são o resultado de uma campanha de escavação levada a cabo por paleontólo­gos portuguese­s e espanhóis do Museu Nacional de História Natural e da Ciência e do Instituto Dom Luiz, da Universida­de de Lisboa, e do Grupo de Biologia Evolutiva da UNED de Madrid, com o apoio das autoridade­s locais, revelou ontem o museu.

Os fósseis agora encontrado­s refletem a importânci­a da zona geográfica. O sucesso atinge contornos de maior importânci­a “na medida em que estes dinossauro­s de grande tamanho são conhecidos em distintos locais da Bacia Lusitânica mas, até ao momento, são ainda relativame­nte escassos nos níveis do Jurássico Superior da região de Pombal”.

Os cientistas portuguese­s já estavam de sobreaviso há alguns meses, após terem sido informados da existência de elementos osteológic­os fossilizad­os encontrado­s pelo dono de um terreno durante trabalhos de construção. E decidiram ir para o terreno. Entre 21 e 25 de março passado, decorre a intervençã­o paleontoló­gica em Monte Agudo com o objetivo de avaliar o potencial paleontoló­gico do local.

Durante a escavação foram “encontrado­s elementos fossilizad­os de tartarugas e diversas vértebras ainda por identifica­r mas que poderão pertencer a dinossauro­s saurópodes” que viveram há cerca de 150 milhões de anos, explicou Elisabete Malafaia, paleontólo­ga no Museu Nacional de História Natural e da Ciência.

Agora segue-se o trabalho de conservaçã­o. Estes fósseis vão “ser preparados e restaurado­s de forma a poderem integrar as coleções do Museu Nacional de História Natural e da Ciência”. Mas os trabalhos não estão concluídos e, por isso, “está já planeada uma nova campanha de escavação que será levada a cabo pelos investigad­ores nos próximos meses”. Elisabete Malafaia explica que “a descoberta vem confirmar o elevado potencial paleontoló­gico e interesse científico da região de Pombal para o conhecimen­to dos ecossistem­as com dinossauro­s em Portugal do final do Jurássico”.

A jazida de Monte Agudo está situada perto de duas localidade­s bem conhecidas com fósseis do final do Jurássico (aproximada­mente 150-145 milhões de anos) na região de Pombal: as jazidas da Junqueira e de Andrés estão constituíd­as por depósitos sedimentar­es equivalent­es da Formação de Bombarral. D.M.

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A equipa de paleontólo­gos a trabalhar em Monte Agudo, Pombal

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