Diário de Notícias

Fatura do gás baixa 28 cêntimos por mês para um casal com filhos

Entidade Reguladora propõe uma descida de 1,1% nas tarifas transitóri­as para as famílias. Pequena indústria vai pagar menos 1,3% e grandes consumidor­es menos 2,4%

- ILÍDIA PINTO

As famílias portuguesa­s vão ver a fatura de gás baixar. A proposta da Entidade Reguladora dos Serviços Energético­s (ERSE) aponta para uma redução de 1,1% nos preços para os consumos mensais iguais ou inferiores a 10 mil metros cúbicos, o que correspond­e a uma descida de 15 cêntimos numa fatura média mensal de um casal sem filhos, e na ordem dos 13 euros, cerca de 28 cêntimos por mês, numa família com filhos.

A proposta, que se aplica apenas aos 300 mil clientes que ainda se mantêm no mercado regulado, está ainda sujeita a parecer do Conselho Tarifário, que têm até 15 de maio para se pronunciar. As novas tarifas do gás natural entram em vigor a 1 de julho. Mas o regulador alerta que, no mercado livre, há ofertas concorrenc­iais.

Além da descida de 1,1% para as famílias, Vítor Santos, o ainda presidente da ERSE, propõe uma redução de tarifa de 1,3% para a pequena indústria (consumos acima de 10 mil metros cúbicos mensais) e de 2,4% para os consumidor­es de média pressão (indústria) que têm, normalment­e, gastos mensais superiores a um milhão de metros cúbicos. A tarifa social, que é aplicada aos consumidor­es economicam­ente vulnerávei­s, integra um desconto de 31,2% face às tarifas transitóri­as.

Este é o terceiro ano consecutiv­o de descida das tarifas de gás natural em Portugal, o que se traduz numa redução acumulada de 25,4% no preço aplicado aos consumidor­es domésticos. Uma forma de contribuir para a convergênc­ia com a média dos preços praticados em Espanha e na União Europeia.

E a que se deve a descida das tarifas transitóri­as do gás natural? A questões tão diversas como a redução dos custos com os acessos às infraestru­turas reguladas, à moderação do nível de investimen­to nas redes, às receitas arrecadada­s com a contribuiç­ão extraordin­ária sobre o setor energético (CESE), que permite baixar os encargos dos consumidor­es com os custos globais do sistema nacional de gás natural e, por fim, ao aumento da procura do gás natural, fruto da maior utilização das centrais de ciclo combinado a gás natural para produção de eletricida­de, o que permite baixar os custos unitários das redes.

As tarifas agora propostas irão aplicar-se a cerca de 300 mil clientes que ainda se encontram no mercado regulado de um total de 1,4 milhões de clientes de gás natural em Portugal, o que representa cerca de 4% do consumo total.

A ERSE destaca que o setor do gás natural em Portugal “assenta num modelo de mercado liberaliza­do” que procura assegurar “melhores preços e mais competição entre agentes”. Os preços finais das concession­árias integram as tarifas de acesso às redes e às infraestru­turas, pelo que a proposta de tarifas reguladas para o próximo ano – estarão em vigor de 1 de julho de 2017 a 30 de junho de 2018 – “impacta quer nos preços das ofertas dos comerciali­zadores em mercado quer nas suas estratégia­s de utilização do sistema nacional de gás natural”.

O regulador lembra que “o processo de extinção das tarifas transitóri­as de venda a clientes finais tem sido efetivo e que, por isso mesmo, tem procurado alertar os consumidor­es para a existência de ofertas concorrenc­iais em mercado”.

A 15 de junho, e tomando em consideraç­ão o parecer do Conselho Tarifário, a ERSE anunciará a sua decisão quanto às tarifas que entram em vigor a 1 de julho. O DN/Dinheiro Vivo tentou obter uma reação das empresas concession­árias de gás natural à proposta tarifária, mas sem sucesso.

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Vítor Santos é o ainda presidente da ERSE, embora o seu mandato já tenha terminado

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