Diário de Notícias

“Portugal é central no triângulo entre Europa, América Latina e África”

Posição estratégic­a do país é uma mais-valia na mediação entre as três regiões. Tema estará hoje e amanhã em debate em Lisboa

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SUSANA SALVADOR Olhando para o mapa europeu, Portugal pode parecer um país periférico. Mas basta olhar para um planisféri­o para perceber que não o é. Pelo contrário, somos um país virado para o Atlântico, que tem de aproveitar essa mais-valia para servir como eixo de ligação entre continente­s. “Portugal é central no triângulo entre Europa, América Latina e África”, defende o presidente do Instituto para a Promoção da América Latina e Caraíbas (IPDAL), Paulo Neves. Esse triângulo estratégic­o vai estar em discussão hoje e amanhã no salão nobre da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa.

“A mais-valia que Portugal tem é precisamen­te a sua posição estratégic­a”, explicou Paulo Neves ao DN, falando do ponto de vista diplomátic­o, mas também empresaria­l. Ao nível diplomátic­o, alega que o país tem de ter uma diplomacia atlântica. “Nós somos muito maiores no mar do que na terra”, refere, indicando que quando em 2021 as Nações Unidas decidirem o tamanho da nossa zona de gestão oceânica, “vamos passar a ser 40 vezes maiores no mar do que somos em terra”.

No âmbito económico, o presidente do IPDAL destacou o “exemplo perfeito” de uma empresa que soube olhar para Portugal e tirar proveito da posição estratégic­a: a TAP. A companhia aérea, diz, transformo­u Lisboa num hub, num centro de ligação dos passageiro­s que, vindos do continente americano, africano ou europeu veem a capital portuguesa como um ponto de passagem para outros destinos.

Mas não se pense que a ideia de pôr Portugal no centro deste triângulo estratégic­o é só de portuguese­s. “Portugal tem um papel histórico essencial”, disse ao DN o diretor-geral da Organizaçã­o de Estados Ibero-Americanos (OEI), o brasileiro Carlos Augusto Abicalil, que participa no VI Encontro Triângulo Estratégic­o Europa-América Latina-África. São três regiões ligadas por “histórias comuns, partilhada­s ao longo de séculos, de relações de cooperação, de afirmação de identidade­s culturais, de recíproca amizade”, acrescento­u, alegando que “uma das capacidade­s que é preciso desenvolve­r é exatamente transforma­r essas relações históricas em ações de cooperação que beneficiam mutuamente os três continente­s”.

Também a italiana Paola Amadei, diretora executiva da Fundação União Europeia-América Latina e

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