“Portugal tem um papel histórico essencial”, disse ao DN o diretor-geral da Organização de Estados Ibero-Americanos
Caraíbas (EULAC), fala no “papel estratégico de Portugal como um país ponte” entre estas três regiões. “Portugal, pela sua posição, pela política que sempre manteve, não hegemónica, e virada tanto para a União Europeia como para o Atlântico e para o Sul, parece-nos que pode ter um papel muito especial”, disse ao DN. “E parece-nos que num momento em há mudanças a nível estratégico na América do Norte é importante poder fortalecer os vínculos e alianças entre a Europa, a América Latina e os países de África”, referiu.
A fundação que dirige, criada em 2010 por decisão dos chefes de Estado e de governo da União Europeia e da América Latina e Caraíbas, inclui os 61 países destas regiões mais um representante de Bruxelas, num total de 62 membros. “A partir deste ano esperamos que se transforme numa organização internacional”, referiu Paola Amadei.
Já Carlos Augusto Abicalil, cuja organização participa pela primeira vez nestes encontros, destaca o facto de a OEI ir abrir uma representação em Lisboa. “Isso fortalece-nos de maneira múltipla. Primeiro porque nos fortalece com essa identidade ibero-americana, segundo porque a capacidade de Portugal interagir com os países de língua portuguesa, a CPLP no seu conjunto, mas em particular no continente africano, é inequívoca”, afirmou.
Paulo Neves recordou como, nos últimos anos, mais países latino-americanos estão a tornar-se observadores da CPLP, tendo subido o número de embaixadores da América Latina acreditados em Lisboa que, ao mesmo tempo, são embaixadores não residentes em países africanos de língua portuguesa.