Pais de Maddie à espera do regresso de “velhas histórias”
Criança desapareceu a 3 de maio de 2007. Pais lamentam “tempo roubado”
Dez anos é um “indicador horrível do tempo, tempo roubado”, lamentaram os pais de Madeleine McCann numa mensagem que divulgaram a propósito do aniversário do desaparecimento da filha Madeleine. “Não há uma forma fácil de o dizer, de o descrever, de o aceitar”, referem Kate e Gerry McCann numa mensagem difundida na página de Facebook da Campanha Oficial de Busca por Madeleine, dizendo que nunca pensaram que a filha ficasse desaparecida durante tanto tempo.
Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer 4 anos, a 3 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico, na Praia da Luz, no Algarve. Casos como o de Shawn Hornbeck, que foi raptada e escondida durante quatro anos, ou Natascha Kampusch, durante oito anos, fazem os pais pensar que a própria filha pode estar a sofrer o mesmo.
“Estamos a preparar-nos para as próximas semanas. É provável que sejam desgastantes e dolorosas e pior ainda devido à reutilização de velhas histórias, desinformação, meias verdades e puras mentiras que vão passar por jornais, redes sociais e ‘edições especiais’ de programas de televisão”, revelam. Porém, recusam-se a dar entrevistas ou fazer aparições em programas porque são “extenuantes” e não ajudam. “Precisam de ter um objetivo”, vincam os pais de Madeleine McCann, acrescentado: “Podíamos passar o nosso tempo e despender energia a tentar defender-nos e a corrigir imprecisões e mentiras, mas assim não teríamos mais força para procurar a Madeleine, cuidar dos nossos outros filhos e viver a nossa vida.”
Kate e Gerry pedem que a comunicação social tenha consciência do que inclui nas notícias e o efeito da “negatividade sem fundamento nem justificação” na família. A propósito do aniversário, referem: “Vamos continuar, tentar o nosso melhor, nunca desistir e aproveitar o melhor que pudermos da vida que temos.” Reconhecem que têm enfrentado “muitos desafios e pontos baixos ao longo do caminho, mas o afeto, o encorajamento e a positividade que temos sentido da ‘maioria silenciosa’ tem-nos, sem dúvida, ajudado e alimentado a nossa fé na bondade humana.”
Entretanto, a Polícia Judiciária já garantiu que continua a investigar o desaparecimento de Madeleine. Em declarações à agência Lusa, o diretor adjunto frisou que o “caso continua aberto”. Pedro do Carmo lembrou que este é um “caso único na história do país e na da Judiciária” e que a polícia tem “todo o interesse em saber o que se passou”, mas tem “a consciência de que, à medida que o tempo passa, se tornará mais difícil alcançar respostas ou resultados”. LUSA