Diário de Notícias

Milionário Arnault paga 12,1 mil milhões por 26% da Dior

Paralelame­nte, a LVMH, que engloba marcas como a Louis Vuitton e a Moët & Chandon, comprará a Christian Dior Couture

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O milionário francês Bernard Arnault vai desembolsa­r 12,15 mil milhões de euros, em dinheiro e em ações da Hermès, para adquirir cerca de 26% do capital da holding Christian Dior SA. A família já detém 74% da companhia. Paralelame­nte, a LVMH, controlada pela família Arnault, irá também comprar a Christian Dior Couture, numa operação avaliada em 6,5 mil milhões de euros.

O objetivo do grupo LVMH, líder mundial no setor de luxo e que engloba marcas como Louis Vuitton, Moët & Chandon, Kenzo ou Sephora, e que já detém a Parfums Christian Dior, é simplifica­r e reforçar a sua estrutura.

A oferta da Semyrhamis, o braço financeiro da família, que faz a gestão do património Arnault, valoriza a Dior em 260 euros por ação, um prémio de 14,6% em relação ao valor da Bolsa da famosa casa de alta costura e perfumes. Já os 6,5 mil milhões de euros da venda da Christian Dior Couture à LVMH representa 15,6 vezes o EBITDA da empresa dos últimos 12 meses.

“É uma boa aquisição para a LVMH, atendendo à marca forte da Christian Dior. Um bom uso do balanço e que permite reunir a marca com a operação mais rentável de perfumes que é operada pela LVMH”, consideram os analistas do Barclays. A transação, que surge numa altura de forte guerra concorrenc­ial resultante da entrada no mercado dos gigantes da indústria de luxo chinesa, simplifica uma complicada estrutura proprietár­ia e coroa a carreira de um dos maiores nomes da indústria.

Bernard Arnault, com uma fortuna avaliada em 46,3 mil milhões de dólares, pouco menos de 43 mil milhões de euros, assumiu o controlo das marcas Dior e Louis Vuitton nos anos 1980 e desde então tem vindo a acrescenta­r outras marcas ao seu portfólio de alto luxo, como a Fendi, a Bvlgari ou a Rimowa.

Em resposta ao anúncio do negócio multimilio­nário, as ações da Christian Dior chegaram a disparar quase 12% na Bolsa de Paris, negociando ao valor mais elevado desde que entraram na Bolsa, em dezembro de 1991.

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