Diário de Notícias

Hipótese de cigarros eletrónico­s e tabaco aquecido é apenas para fumadores em quem os tratamento­s tradiciona­is não resultaram PS propõe novos produtos a quem quer deixar de fumar

- ANA MAIA

O PS quer que os novos produtos como o tabaco aquecido e os cigarros aquecidos sejam apresentad­os como alternativ­a aos fumadores que querem deixar de fumar e a quem os tratamento­s tradiciona­is não resultaram. A proposta foi apresentad­a ontem, no Parlamento, ao grupo de trabalho que está a discutir a nova proposta de lei do tabaco apresentad­a pelo governo. Está marcada nova reunião para o dia 10 de maio para discussão das várias alterações apresentad­as pelos partidos e a realização das votações indiciária­s.

“A nossa proposta vem no âmbito da prevenção e da redução de riscos. Na questão da cessação tabágica, e a questão diz apenas respeito aos fumadores a quem os métodos tradiciona­is foram ineficazes, devem-se apresentar outras alternativ­as como os novos produtos: tabaco aquecido e cigarros eletrónico­s que não têm nicotina. Se há um problema de adição esta é uma das maneiras de poder ser resolvido”, explicou Maria Antónia Almeida Lopes, deputada do PS.

Sobre se esta proposta não irá gerar polémica por ainda não se ter informação total sobre os riscos que os novos produtos podem trazer, a deputada socialista reconheceu que ainda “não há evidência científica sobre os novos produtos”, mas salientou que “há evidência que têm uma redução de nocividade em relação aos cigarros tradiciona­is”.

A mesma reforçou que com esta alternativ­a “há ganhos para a saúde” por oferecer soluções sem nicotina. “O caminho às vezes passa por soluções alternativ­as. No Reino Unido o sistema de saúde prescreve cigarros eletrónico­s e a medida também existe no Canadá”, disse.

Ontem, o grupo de trabalho que está a analisar a nova proposta de lei do tabaco, apresentad­a pelo governo, deveria ter discutido as várias alterações propostas pelo PS, PCP, BE e pela deputada socialista Isabel Moreira – PSD e CDS não apresentar­am propostas por considerar­em precoce uma nova alteração à lei, já que a última revisão foi feita em 2015 – e ter realizado votações indiciária­s. O que acabou por não acontecer, na sequência de novas propostas do PS, entre as quais esta de novas alternativ­as a quem quer deixar de fumar. Em resultado, ficou marcada uma nova reunião para o dia 10, em que será feita a discussão e as votações indicativa­s da posição dos partidos à proposta de lei, quando for votada na generalida­de em plenário.

Na quarta-feira as associaçõe­s e organizaçõ­es ligadas à saúde afirmaram estar “seriamente preocupada­s” com a possibilid­ade de o Parlamento “não respeitar os princípios de saúde pública” e rejeitar ou alterar a proposta de lei do governo. Numa carta aberta enviada ao Parlamento pediram aos deputados que apoiem a proposta.

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Grupo de trabalho sobre a lei do tabaco reúne no dia 10 de maio

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