Diário de Notícias

Há duas novas variedades de arroz made in Portugal

Inovação. As novas sementes prometem melhorar a produtivid­ade em cerca de três toneladas por hectare e aumentar o rendimento dos produtores. Investigaç­ão foi feita no COTA Arroz

- CARLA AGUIAR

O JN, o DN e a TSF estão fazer a radiografi­a do setor agroalimen­tar ibérico, entre este mês e dezembro, na edição 2017 da Economia Ibérica, iniciativa conjunta com o Banco Popular O mercado vai contar com duas novas sementes de arroz made in Portugal que prometem melhorar a produtivid­ade da orizicultu­ra nacional e aumentar o rendimento dos produtores.

O anúncio foi feito pelo presidente do conselho de administra­ção da Orivárzea, António Madaleno, na segunda edição das Conversas Soltas, integradas na iniciativa Economia Ibérica do Banco Popular e do Global Media Group, neste ano dedicada ao setor agroalimen­tar.

“Há 30 anos que não se fazia uma inscrição de uma nova variedade”, disse António Madaleno. “Estamos agora a produzir a pré-base e dentro de dois a três anos deverão estar disponívei­s no mercado”, acrescento­u o gestor, que é também presidente do COTA Arroz (Centro Operaciona­l e Tecnológic­o do Arroz), onde foi feita a investigaç­ão para o desenvolvi­mento das novas variedades. São elas a Ceres (carolino) e Maçarico (agulha).

A primeira consequênc­ia desta inovação será ao nível da produtivid­ade, tal como reconheceu AntónioVal­ente Marques, presidente da Valente Marques, S.A. – que produz o arroz Caçarola. “É possível crescer alguma coisa.” A produtivid­ade média por hectare pode passar das atuais seis a sete toneladas para oito a nove toneladas, admitem os empresário­s. Isto no contexto de uma produção anual, no nosso país, de 180 mil toneladas de arroz.

Uma vantagem bem-vinda à produção, precisamen­te quando se vê confrontad­a com um esmagament­o das margens por pressão da concorrênc­ia asiática, mas também pelo fato do arroz carolino – produzido maioritari­amente em A segunda edição das Conversas Soltas dedicadas ao agroalimen­tar realizou-se na quarta-feira na sede do Banco Popular, em Lisboa Portugal – ter, em regra, custos de produção 15 cêntimos mais elevados do que outras qualidades.

Para além dos ganhos de produtivid­ade, que se traduzem, por sua vez, em melhorias nos rendimento­s dos produtores, as novas variedades “vão contribuir também para a diferencia­ção do nosso arroz também nos mercados de exportação”, considera António Madaleno.

Uma diferencia­ção a que deverá estar igualmente associada a uma valorizaçã­o do produto por via do preço.

Também a diretora-geral da APED (Associação Portuguesa das Empresas de Distribuiç­ão), Ana Isabel Trigo de Morais, considera que “é preciso investir na cadeia a montante e melhorar os custos de produção com vista a um reforço da competitiv­idade”.

O presidente do Banco Popular, Carlos Álvarez, anfitrião do debate, reiterou que o objetivo “é levar o país para a frente, falar de setores onde empresário­s têm feito um trabalho magnífico”, para além de contribuir para o desenvolvi­mento daquilo que é preciso resolver. Da parte do Global Media Group, o administra­dor José Carlos Lourenço destacou o peso crescente do agroalimen­tar na economia, atribuindo-o à inovação e rigor das empresas do setor, progresso cuja divulgação se insere no âmbito da responsabi­lidade social do Global Media Group.

A redução dos custos de produção vai contribuir para um reforço da competitiv­idade do setor no mercado nacional e externo

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