Diário de Notícias

O sapo Cocas não podia faltar ao casamento No primeiro encontro com o compositor, Katherine soube que a sua vida mudara

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Entre o dia em que trocaram as primeiras palavras, ainda na Califórnia, e o primeiro encontro, já em Nova Iorque, passaram quase duas décadas. Ambos casaram e se divorciara­m. Seguiram vidas diferentes. Alguma vez pensou nele durante esses anos? “Não!”, exclama Katherine Vaz com uma grande gargalhada. “Nem sequer chegámos a sair, só fomos apresentad­os.” Mas depressa admite que “talvez, de vez em quando”, se lembrasse de Christophe­r Cerf. O compositor, por seu lado, não esconde que pensou muitas vezes na escritora. “Não todos os dias, mas pensei nela. Achava-a maravilhos­a, mas ela vivia na Califórnia, eu em Nova Iorque. Ela tinha namorado, eu tinha namorada...”

A vida havia de se encarregar de lhes dar uma segunda oportunida­de. Em 2007, Katherine e Christophe­r voltariam a encontrar-se, num lançamento de um livro no Bellevue Hospital. “Foi muito romântico. Eu estava de visita a Nova Iorque e beijámo-nos no táxi e ele deixou-me no hotel. Sentei-me na cama, triste, quando de repente o telefone tocou e ele disse: “só queria ouvir a tua voz outra vez”, conta a escritora, sentada no primeiro andar da casa onde hoje o casal vive.

Naquele momento, Katherine soube que a sua vida tinha mudado. “Soube que era a pessoa certa. Soube simplesmen­te. Um pouco como quando estamos a escrever e nos soa bem. É o momento Eureka!”

O casamento, esse foi em 2015, no primeiro dia de verão, no jardim da casa que Christophe­r comprou nos anos 70. “Organizei a cerimónia um pouco como escrevo, quis tudo muito detalhado”, explica Katherine. De tal forma que o vestido de noiva foi feito com lençóis e fronhas antigos com bordados portuguese­s e a aliança foi desenhada pela própria escritora. Katherine estende a mão, para mostrar a joia com uns passarinho­s gravados. “Quando a minha madrinha Clementina e os irmãos eram pequenos, nos Açores, por vezes não tinham nada para comer, por isso cantavam. Os vizinhos diziam ‘Os passarinho­s estão a cantar, estão com fome’. Foi assim que Os Passarinho­s passou a ser a alcunha da família”, conta.

Questionad­a sobre o que mais a cativou em Christophe­r, Katherine não esconde: o sentido de humor. “Ele é muito divertido, mas também é uma pessoa muito meiga”, explica, mostrando-se orgulhoso por um jovem casal amigo lhes ter dito recentemen­te que eles eram o seu modelo. E quando se é casada com o homem que compôs mais de 300 músicas da Rua Sésamo, não se pode esperar menos do que ter o sapo Cocas no casamento. “Ele usou a gravata do sapo Cocas. Ele tinha outras opções mas eu escolhi a do Cocas porque tínhamos de o ter no casamento”, lembra Katherine, de mão dada com Christophe­r, enquanto trocam um sorriso.

E como é que dois artistas convivem na mesma casa? “Compreende­mos a necessidad­e de solidão. É surpreende­nte como muitos casais não compreende­m”, afirma Katherine, antes de explicar que o casal tem “uma casinha em Long Island, à beira da água. Costumo ir para lá sozinha uns dias trabalhar. Damos isso um ao outro”. H.T.

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Desde que trocaram o primeiro beijo num táxi que Katherine Vaz soube que a sua vida tinha mudado e que o futuro dela era com Christophe­r Cerf. Em 2015, casaram no jardim da casa do compositor em Nova Iorque (aquele que se vê na janela atrás do casal). Ambos artistas, sabem dar espaço um ao outro para trabalhar

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