Diário de Notícias

City vs. United: um raro nulo entre Mourinho e Guardiola

Dérbi de Manchester não foi além do 0-0, uma raridade entre os arquirriva­is. Citizens dominaram mas não marcaram

- RUI MARQUES SIMÕES

Não acontecia desde a longínqua noite de fim de verão em que o Inter de Milão deu o primeiro passo para a conquista da Liga dos Campeões, travando o então detentor do troféu Barcelona: 3145 dias e muitos jogos, golos, combates táticos e despiques verbais depois, um encontro entre José Mourinho e Pep Guardiola voltou a ficar 0-0. Foi ontem, no dérbi de Manchester: City e United falharam o assalto ao 3.º lugar da liga inglesa (em que se mantém o Liverpool).

É mesmo um raro nulo: desde a temporada em que o Manchester City regressou à Premier League (2002-03), só três das 36 partidas entre os arquirriva­is (entre todas as competiçõe­s inglesas) tinham terminado sem golos – a última das quais em outubro de 2015, em Old Trafford. E nos 18 intensos duelos entre José Mourinho (como treinador de Inter de Milão, Real Madrid, Chelsea e United) e Pep Guardiola (no comando técnico de Barcelona, Bayern e City) apenas se vira algo assim no confronto inaugural, em setembro de 2009 (o tal 0-0 entre Inter e Barça, em San Siro).

Contudo, ontem, no Etihad Stadium, todas as hipóteses de golo esbarram na falta de pontaria (de ambos os lados) e no muro defensivo dos red devils – mais interessad­os em segurar o empate. A equipa de Mourinho alcançou o 24.º jogo seguido sem perder para a Premier League (a sua melhor séria invicta desde 2010-11). Porém, 11 desses encontros acabaram empatados.

No caso de ontem, foi Mourinho a vencer a batalha com Guardiola – a sua besta negra, o treinador contra quem perdeu mais vezes (oito derrotas, sete empates e quatro vitórias): num dérbi com muitas baixas, o português apostou na coesão defensiva para segurar um ponto, faltando-lhe arrojo ofensivo para poder subir ao pódio da Premier League – e aos lugares de apuramento para a Liga dos Campeões 2017-18.

Muito mais dominadore­s (19-3 em remates, 70%-30% em posse de bola), os citizens desperdiça­ram uma mão-cheia de oportunida­des, incluindo um remate de Agüero a beijar o poste (10’) e uma cabeçada por cima de Otamendi (67’). Nem a jogar contra dez (Fellaini foi expulso, aos 84’, por causa de um encosto de cabeça em Agüero) conseguira­m marcar. E, em cima do minuto 90, ainda viram um golo de cabeça do recém-entrado Gabriel Jesus ser anulado por fora-de-jogo do avançado brasileiro (bem assinalado).

Pelo meio, Herrera também não concretizo­u as duas únicas ocasiões do Manchester United – aos 25’, uma recarga para defesa de Bravo e, aos 45’, uma cabeçada ao lado. E, com tanta desinspira­ção de parte a parte, o nulo tornou-se uma inevitabil­idade: foi o segundo 0-0 dos citizens e o quarto dos red devils nesta temporada na Premier League.

Quem mais ganhou com este resultado foi o Liverpool: os reds, que têm mais um jogo disputado, conservam o 3.º lugar da liga inglesa, com 66 pontos, mais um do que o City e mais dois do que o United.

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Ander Herrera cabeceia ao lado, desperdiça­ndo a melhor ocasião do Man. United em toda a partida

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