Ministério chama sindicatos mas greves continuam de pé
Tiago Brandão Rodrigues convocou organizações sindicais para reuniões a 6 de junho mas estas querem mais garantias
PEDRO SOUSA TAVARES O Ministério da Educação (ME) chamou as organizações sindicais para reuniões negociais, no dia 6 de junho, mas estas avisam de que a convocatória não basta para travar as ações de luta que estão em cima da mesa, nomeadamente as greves, exigindo garantias reais do ministro de que há margem para mexer em temas como as carreiras, a vinculação de mais professores contratados, os horários de trabalho e a idade da reforma.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof ), que tinha dado um prazo até ao dia de hoje para reunir com o ministro Tiago Brandão Rodrigues, tem prevista uma tomada de posição oficial. Mas ao DN, Mário Nogueira, secretário-geral desta organização sindical, avança desde já que os professores não aceitarão “ficar na expectativa” até dia 6 de junho: “No dia 1 de junho temos reunião do nosso secretariado nacional e se até lá não tivermos reunido com o ministério, o que estará em cima da mesa serão as medidas a tomar face à augumas sência de respostas”, avisou, precisando: “A discussão será para decidir se avançamos para a greve ou para uma manifestação nacional.”
João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE), também recusa afastar desde já o recurso a medidas de luta. Mas admite esperar para ver o que o Ministério da Educação tem para propor: “Temos reunião de secretariado nacional proximamente. A greve é sempre uma hipótese importante”, avisa. “A reunião do dia 6 de junho será uma importante pedra de toque para avaliarmos qual é a disponibilidade do ministério para resolver as questões que respeitam a docentes e não docentes.”
Os trabalhadores não docentes são abrangidos por uma greve nacional convocada para hoje pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas (FP), que ameaça fechar várias escolas. A FNE, que representa largos milhares de funcionários das escolas mas decidiu não aderir ao protesto, explica Dias da Silva, precisamente devido à expectativa de que a reunião com o ministro permita desbloquear allimite das questões que afetam estes funcionários.
Além disso, lembrou, está prevista para breve a publicação de uma nova portaria sobre os rácios (número de funcionários por aluno), que deverá passar a considerar aspetos como a dimensão do agrupamento e o contexto em que este está inserido. Um documento que, segundo a FNE, “pode revelar-se muito importante”. Sentimento de injustiça No que respeita às exigências dos professores, estão em causa aspetos como o combate à precariedade e o descongelamento das progressões nas carreiras, em que os professores sentem estar a ser discriminados face ao restante universo dos trabalhadores da administração pública, mas também a exigência de um regime especial de aposentação.
Depois da abertura de um concurso de vinculação extraordinária, com 3019 vagas, o primeiro-ministro, António Costa, admitiu há dias que poderá seguir-se outro. Outra questão com solução à vista são os horários dos docentes do 1.º ciclo.