Vídeo contra desperdício alimentar mudou as próprias autoras
Diferença entre quem passa fome e quem desperdiça é o foco do projeto das alunas do 9.º ano no concurso europeu
ANA BELA FERREIRA Um prato cheio de comida que fica a meio e cujos restos vão para o lixo, seguido de uma imagem de um sem-abrigo. Esta é a mensagem que as amigas Ana, Mariana, Joana, Ana e Íris fizeram passar no vídeo sobre alimentação sustentável que ganhou o projeto EAThink. Depois de fazerem o vídeo – em março –, as próprias alunas do 9.º ano da Escola Básica 2,3 de Corroios admitem que mudaram o seu comportamento. “Antes desperdiçávamos muito. Não tínhamos consciência da realidade”, admite Ana Estrela.
“Não fazíamos ideia da quantidade de comida que vai para o lixo. São 30 quilos/dia que vão para o lixo”, aponta Mariana Leitão. Por ano, os portugueses desperdiçam 2,7 milhões de quilos de comida.
É para promover essa consciência que a Fundação Gulbenkian lançou o desafio a 14 agrupamentos de escolas para participarem no projeto europeu EAThink, em que estão dois países africanos (Senegal e Burkina Faso). As vencedoras nacionais foram as cinco amigas de Corroios. Uma delas, Íris Wangen, já não é estreante nestas andanças. Participou no concurso anterior de fotografia e conseguiu o segundo lugar a nível europeu.
Agora, para a elaboração do vídeo de 30 segundos contou com a ajuda das colegas. “Fomos para a Baixa filmar as pessoas sem-abrigo e o que mais nos chocou foi a indiferença. Fizemos uma filmagem contínua de cinco minutos e toda a gente ignorava os sem-abrigo”, sublinha Mariana.
O vídeo das vencedoras foi depois transformado numa versão profissional que é a que vai ser apresentada no concurso europeu, cuja final está marcada para 20 de junho.
Ana Cardoso e Íris almoçam em casa, que fica perto da escola. A primeira porque é “esquisitinha com a comida” e a mãe sabe que ela só