“Cmoo é que o crberéo cnosgeue ler etsa farse?”
Esta é uma das 60 perguntas de um novo livro à volta da complexidade do cérebro
Só usamos 10% do nosso cérebro? E o dos músicos, é diferente? E a sensação de déjà vu é real? Sabe o leitor responder a estas questões? As soluções são: não, sim e sim. A primeira é um mito urbano. Não há nenhum documento que o comprove nem que tenha sido Einstein a fazer esta afirmação. Pelo contrário, há provas científicas suficientes a demonstrar que utilizamos 100% do cérebro.
Já os músicos tem singularidades no cérebro, tanto na dimensão como no número de células nervosas. Quanto à sensação de já ter passado por uma situação, há escritos sobre o tema desde Santo Agostinho, no ano 400, quando lhes chamou falsae memoriae. Experiência pela qual já passou 60% a 70% da população e que ganhou dimensão médica em 1844.
Estas e outras 57 perguntas fazem parte do mais recente livro de Filomena Naves (Diário de Notícias) e Teresa Firmino (Público) – Por Que É Que as Bailarinas não Ficam com a Cabeça à Roda?, que está a partir de hoje nas livrarias. Em 240 páginas, as jornalistas que habitualmente escrevem sobre temas de ciência lançam e respondem a 60 perguntas tentando ajudar o leitor a compreender a complexidade do cérebro, um tema que na maior parte das vezes é inacessível aos leitores mais curiosos. “Se qualquer um de nós se puser a pensar no que gostaria de saber sobre o cérebro, se calhar vêm à baila muitas das perguntas, e das respostas que estão no livro”, explicou ao DN Teresa Firmino. “Este é um livro de divulgação científica sobre o cérebro [um objeto com 85 mil milhões de neurónios, mais de cem mil milhões de outras células e com biliões de conexões], com perguntas que foram surgindo, inesperado e até divertido”, frisou.
Já Filomena Naves refere que este foi um “trabalho desafiante e muito interessante”. Agora as autoras esperam que as pessoas “encontrem neste livro uma boa leitura que lhes suscite a curiosidade e as ajude a compreender algumas das coisas complexas relacionadas com o funcionamento humano. No nosso dia-a-dia profissional é isso que fazemos – tentamos tornar mais simples os temas da ciência que muitas vezes fazem as nossas notícias”.
Chegados aqui, o leitor já sabe porque lê de forma correta a frase: “Cmoo é que o crberéo cnosgeue ler etsa farse?” A explicação mais simples é : porque a primeira e a última letra de cada palavra estão no lugar certo. E as palavras pequenas são mais fáceis de ler pois há duas ou três letras que não mudam e as do meio não prejudicam a leitura.