Diário de Notícias

“Cmoo é que o crberéo cnosgeue ler etsa farse?”

Esta é uma das 60 perguntas de um novo livro à volta da complexida­de do cérebro

- CARLOS FERRO

Só usamos 10% do nosso cérebro? E o dos músicos, é diferente? E a sensação de déjà vu é real? Sabe o leitor responder a estas questões? As soluções são: não, sim e sim. A primeira é um mito urbano. Não há nenhum documento que o comprove nem que tenha sido Einstein a fazer esta afirmação. Pelo contrário, há provas científica­s suficiente­s a demonstrar que utilizamos 100% do cérebro.

Já os músicos tem singularid­ades no cérebro, tanto na dimensão como no número de células nervosas. Quanto à sensação de já ter passado por uma situação, há escritos sobre o tema desde Santo Agostinho, no ano 400, quando lhes chamou falsae memoriae. Experiênci­a pela qual já passou 60% a 70% da população e que ganhou dimensão médica em 1844.

Estas e outras 57 perguntas fazem parte do mais recente livro de Filomena Naves (Diário de Notícias) e Teresa Firmino (Público) – Por Que É Que as Bailarinas não Ficam com a Cabeça à Roda?, que está a partir de hoje nas livrarias. Em 240 páginas, as jornalista­s que habitualme­nte escrevem sobre temas de ciência lançam e respondem a 60 perguntas tentando ajudar o leitor a compreende­r a complexida­de do cérebro, um tema que na maior parte das vezes é inacessíve­l aos leitores mais curiosos. “Se qualquer um de nós se puser a pensar no que gostaria de saber sobre o cérebro, se calhar vêm à baila muitas das perguntas, e das respostas que estão no livro”, explicou ao DN Teresa Firmino. “Este é um livro de divulgação científica sobre o cérebro [um objeto com 85 mil milhões de neurónios, mais de cem mil milhões de outras células e com biliões de conexões], com perguntas que foram surgindo, inesperado e até divertido”, frisou.

Já Filomena Naves refere que este foi um “trabalho desafiante e muito interessan­te”. Agora as autoras esperam que as pessoas “encontrem neste livro uma boa leitura que lhes suscite a curiosidad­e e as ajude a compreende­r algumas das coisas complexas relacionad­as com o funcioname­nto humano. No nosso dia-a-dia profission­al é isso que fazemos – tentamos tornar mais simples os temas da ciência que muitas vezes fazem as nossas notícias”.

Chegados aqui, o leitor já sabe porque lê de forma correta a frase: “Cmoo é que o crberéo cnosgeue ler etsa farse?” A explicação mais simples é : porque a primeira e a última letra de cada palavra estão no lugar certo. E as palavras pequenas são mais fáceis de ler pois há duas ou três letras que não mudam e as do meio não prejudicam a leitura.

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Por Que É Que as Bailarinas não Ficam com a Cabeça a Andar à Roda? Filomena Naves e Teresa Firmino A Esfera dos Livros PVP: 14,50 euros
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Filomena Naves, jornalista do Diário de Notícias
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Teresa Firmino, jornalista do Público

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